Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, agosto 05, 2003

Espaço na calçada

A prefeitura toca o terror com seus guardas municipais que parecem se vestir de tartarugas (com seus coletes e capacetes) correndo atrás da camelozada na cidade. Insiste em dizer que os ambulantes acabam com o conforto do cidadão ocupando as calçadas e tal.

Aí, chega esse mesmo cidadão pra pegar seu coletivo procurando ir pra casa na Zona Norte ou Oeste, onde? No Castelo, claro. Existe um calçada que fica bem no meio das pistas da Avenida Presidente Wilson, nas pistas que a cercam passam ônibus e carros enlouquecidos. Mas justo onde deveria haver espaço para os pedestres, visto que há risco em circular pela rua, há enormes estruturas de metal como coberturas dos pontos de ônibus.

Um sujeito que tenha que caminhar por essa calçada é obrigado a andar na rua. Obrigado mesmo, vc tem que descer, caminhar pela pista da Avenida Presidente Wilson, contar com a sorte pra não se atropelado por um táxi, um ônibus, uma van ou até mesmo um carro de passeio e depois subir na calçada de novo. Isso é obra dessa mesma prefeitura que diz que o pedestre tem que ter espaço na calçada. Eu, hein.

Mas nao é só isso! O cenário ainda conta com um papa mike, figuraça, com cara de avô. Ele deve ter, por baixo, uns cinqüentinha. Já é calejado e malandro. Existe um cruzamento problemático, principalmente na hora do rush, na Presidente Wilson com o fim da Almirante Barroso. Ali existe um sinal parando os carros que vêm pela Avenida Beira Mar ou saem da Araújo Porto Alegre, para deixaram a galera que segue pela Almirante Barroso entra na via, ou cruzá-la na direção da Praça XV.

Onde está a o policial nessa hora de falta de entendimento dos motoristas? Está, discreto, com o apito na mão, sorriso no rosto e cigarro na ponta dos dedos (da outra mão), quase encostado numa dessas coberturas de pontos de ônibus da prefeitura, a uns 50 metros do sinal fazendo qq coisa, menos controlando o trânsito. E salve o caos.