Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, maio 07, 2003

Um encontro com um fora-olho desse tipo

Numa dessas, justo quando eu diriga pela primeira vez o Seucarlosmóvel - sem o propritário, mas em companhia de D. Glória. Lá estava eu na Avenida Brasil quando um carro veio da pista da direita e, numa fechada criminosa, fez o Vicente cantar os pneus ao lado da mamãe, na altura do Jardim América. O mané cagou pro Vicente piscando o farol alto e foi o cúmulo do irresponsável por cruzar três pistas sem se importar com quem vinha já nelas com velocidade maoir. Só de judaria, após ele ter quase provocado um acidente, deixei o farol alto feliz da vida na traseira do péla-saco.

D. Glória já alucinada com a situação pediu pra Vicente parar e seu primogênito acatou o pedido. Parei, desacelerei e deixei o carro no sapatinho... Poucos instantes após, o tal mané tá atrás de mim e, querendo ser malandro, pôs o farol na minha traseira. O que fazer? Enfiar o pé no freio com vontade. Seucarlosmóvel foi de 100 km/h pra uns 60km/h em questão de segundos. D. Glória e Irmão-Léo (que tb tava no carro), coitados, já estavam brancos.

Aí, tomado por um acesso de maldade somada a uma perversidade ímpar não me segurei e mandei uma bela perseguição do pobre fura-olho, que percebi mais tarde ser um senhor com o dobro da minha idade. Pena, eu? É ruim. Quem não tem receio de fazer cagaga e pôr a vida de terceiros em risco não merece condolência. Se D. Glória não estviesse lá... Sei não...

O fura-olho, coitado, já parecia estar em pânico. Dona Glória, que reamente estava em pânico, comoveu seu primogênito a parar com a brincadeira macabra. Que pena. Confesso que gostei, a face "Senhor Volante" falou alto.

Sei que não foi nada certo e até que cheguei a ser um tantinho irresponsável pela maldadinha com fura-olho, mas quem sabe ele não aprendeu que é perigoso fazer esse tipo de coisa. Eu ao menos já sei e desde então não aprontei mais.