Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, abril 21, 2003

Passarela de barata

Não há registro na memória de como cheguei em casa nessa madrugada, mas cheguei. Após algumas noites mal dormidas e uma quinta-feira de reencontro alcólico com um povo com quem trabalhei há algum tempo, lá foi o Vicente de volta pra Bangu. Era muito mais sono do que cerveja na idéia, o que fez o retorno à base ser especialmente difícil.

Às 5h de la mañana, vi que estava dormindo no tapete do quarto, lembrei que estava de lentes de contato e levantei para tirá-las. Nessa hora vi um cadáver de barata com as pernas pra cima no meu lado direito, mas fora do tapete. Caguei quilos pra ela, eu queria era dormir.

Sol já alto, Irmão-Léo vem falar comigo e dá o lide da história: "Aí, tu chapou bonito. Tinha uma barata se divertindo encima de vc. Até te chamei e sacudi, mas quando ela passou pela segunda vez e vi que tu não ia levantar deixei pra lá". Sangue bom esse moleque, vê o artrópodo arqueroso sapateando sobre o irmão e deixa pra lá...

Pior, ainda perguntou "como ela morreu?". Sei lá. Quem mandou tentar tirar a onda. Caiu fedendo.