Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, junho 02, 2009

Por que esse bagulho saiu em itálico? Eu, hein.

Essas viagens a trabalho proporcionam coisas curiosas. Ano passado pude sobrevoar um trecho da floresta amazônica, bem na meiúca do estado do Amazonas. Foi um sobrevoo curto, feito por helicóptero, sobre o Rio Amazonas e um pedaço da mata. Eu sequer imaginava ver algo tão absurdamente belo. A grandiosidade do rio, aquele verde que seguia rumo ao horizonte em qualquer direção que eu olhasse me fizeram esquecer por completo o medo de altura. Uma oportunidade ímpar, reveladora e capaz de encher de orgulho viver em um país que conta com algo dessa magnitude.


Por outro lado, voando sobre a mesma floresta, só que sobre estados como Pará e Mato-grosso a coisa muda de figura. A quantidade de clarões em meio a mata que deveria estar fechada é escandaloso. Viajar durante o dia permite ver, além das incontáveis clareiras, várias colunas de fumaça subindo ao céu. Esquisito pensar que é a mesma floresta – separada por algumas centenas de quilômetros, é verdade – mas deveria ser a mesma paisagem. Ao menos ser menos desmatado.


Enquanto uma visão é de maravilhar a outra é incomodamente preocupante.