Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

sexta-feira, setembro 21, 2007

Se eu contar as pessoas não acreditam, mas eu juro que não invento essas coisas. Ontem a noite, voltava da Lapa no famigerado 393. Dessa vez o mané aqui fez todo o possível pra voltar pra Bangu sentadinho, lendo ou ouvindo musiquinha pra dar uma dormida. Tava lá, devidamente acomodado em um assento, já passando na Central do Brasil. E aí, ah, aí..., temos o causo do dia.

Sobe uma meia dúzia de sujeitos e vem um, no meio deles, com camisa camuflada, meio magro, meio atrapalhado e com ar de figuraça. Pegou seu Riocard, aquele cartãozinho de passar no sensor do ônibus e pagar a passagem, pagou, passou. Veio em frente à poltroninha onde eu estava, sacou fones de ouvido, colocou nos ouvidos (claro), puxou um radinho com antena e começou a falar e gargalhar.

“Mulher maravilha argentina!
Cataplum!!!!
Cataplaf!!!

Mulher maravilha paraguaia!!!
Hahahahahahahah!!!
Cataplum!!!

Hahaha
Cataplaf!!!

Mulher maravilha mexicana!!!!
Cataplum!!!”

Eu juro, juro, juro que é verdade. Não teria criatividade pra inventar uma cena tão inexplicável como essa. Era uma perfomance? Não sei. Só sei que após alguns instantes se curtindo amarradão com seus catapluns e catapflas e uma suposta coleção de mulheres maravilhas (isso é bacana, salve a mulher latino-americana) o sujeito parou. Ficou quietinho até Padre Miguel. Onde “esqueceu” de descer no ponto onde deveria deixar o ônibus, esperou o carro sair e pediu pro motorista parar de novo. Eu, hein.