Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, setembro 25, 2007

Desconheço se a frase sobre a idoneidade canina é original ou não, mas só a ouvi há pouco tempo e achei o breve diálogo merecia um registro nesse blógue.

Um daqueles vendedores que passam empurrando carrinhos de madeira carregados com doces e bolos sobre rodas de rolimã parou pra conversar com um fiscal de ônibus, bem perto de onde eu estava. Atrás do vendedor, um cachorro preto, um vira-lata com ar de esperto, mas no sentindo de fura-olho, no sentido de ser um cão desenrolado.

Fiscal: E aí, Paraíba, tá vendendo bem, hein?

Vendedor: Tô nada, tô correndo atrás.

Fiscal: Tá sim, vou perguntar pra esse teu cachorro que ele sabe.

Vendedor: Aproveitando isso, queria te fazer uma pergunta. Tu sabe até quando o cachorro é o melhor amigo do homem?

Fiscal: Não.

Vendedor: Até conhecer o dinheiro, depois disso já vira um fura-olho.

Fiscal: Esse aí já conhece?

Vendedor: Tô desconfiando que já...

A realidade é dura, mas é também pode ser divertida. Eu já imaginei o cachorro com um macinho de notas na pata contando as notas.