Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, janeiro 30, 2007

Na mão do palhaço...

Na noite de terça-feira minha chefe me liga e diz que precisa q eu vá para Pernambuco a trabalho. Ok, eu fechava uma peça que deve ser apresentada no Paraná na sexta-feira q vem, mas vou a Pernambuco. Não há sofrimento em por os pés naquela terra.

No sábado ela me liga para jogar a viagem para depois, para o fim da tarde de segunda-feira. Ah, deixa quieto. Problema algum em fazer isso. Manha de hoje (a tal segunda), parto pro trabalho com uma mala, uma mochila e o terno. Chego à empresa e já fico sabendo que ficaria ruim pra ir hoje pro nordeste pq eu seria responsável por levar uma outra peça, que ainda não estava pronta. Comecei a ficar bolado...

Fui pra produtora acompanhar o fim da produção daquela peça da sexta-feira e tal... Fui pronto pra terminá-la, aprová-la e partir pro aeroporto. Recebi outra ligação, "você vai na terça-feira pela manhã". Ah, aí fiquei definitivamente bolado.

O companheiro da produtora, acompanhando meu drama, soltou aquela expressão da qual eu nem lembrava mais. "Ih, o Vicente tá na mão do palhaço". Haha.

Estar na mão do palhaço significa, trocando em miúdos, estar sem o controle da situação. A expressão é muito usada pra se referir a bêbados sem a menor noção do q se passa a seu redor.

Ok, ok. Voltei ao escritório, aprovei a peça e amanhã pela manhã embarco para Pernambuco.

Ah, sabe o q é melhor? Na quarta-feira pegao rumo de Curitiba, sem passar pelo Rio. Ah, diliça... E nem vai dar pra fazer social com minha família pernambucana... Ó vida, ó azar.

Volta ao Rio só no sábado... Viajar é bão, mas viajar sem fazer social e sem desbundar é cruel q só...