Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, outubro 16, 2006

Toda vez que alguém próximo se vai fico pensando na fragilidade de cada um. É estranho, não lido bem com essa coisa de morte.

Hoje abri o correio e vi a mensagem que um gerente da empresa não tinha resistido à doença que o perseguia há algum tempo. Um câncer. Lembro do cara, ainda saudável, um mulato forte, alto, gente boa.

A doença fez com q ele não andasse mais com a próprias pernas, tinha se tornado cadeirante. Mas dava gosto de ver q ia trabalhar todo dia. Cumpria seu horário, ficava até mais tarde. Fazia a sua parte.

Não posso dizer q estava bem na semana passada, mas nada q impedisse um "até segunda-feira", como de praxe pros camaradas de trabalho. No sábado passou mal e se foi. Não teve como salvá-lo. Foi enterrado ontem, domingo. Nem deu pra ir ao enterro. Uma pena.

Não posso dizer tb q era um camarada próximo, era um cara conhecido, mas q eu admirava pela insistência em se manter ativo, produtivo, ocupando a si mesmo. Não deu. O corpo não segurou a onda.

Que vá em paz.