Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, março 19, 2006

Para Paraíba
João Pessoa é, bem dizer, do lado de Recife. Nunca havia estado lá. Cismei q dessa vez eu iria. E fui. Parti pra estação central do metrô, tomei um metrozinho até a rodoviária e de lá rumei para a capital paraibana.

Fiquei fulo com uma coisa: o sol se põe muito cedo. Era 17h30 e eu já encarava um breu sinistro. Não é lá muito divertido chegar a uma cidade onde nunca se esteve e sentir a sensação de “no escuro é mais difícil, estou no perrengue”. Mas minha padroeira tb segura a onda. Tudo deu certo. Cheguei, fiz social e curti um pouco a cidade.
As praias são realmente bonitas, a parte litorânea é moderna, bem cuidada, mas o Centro... ô, que coisa envelhecida e mal cuidada. Achei uma pena, pq João Pessoa também tem um astral legal.

Em um momento turistão ainda fui parar em uma praia fluvial, a Praia do Jacaré, que fica na cidade vizinha de Cabedelo. Existe um cenário cinematográfico para o sol se pôr, é verdade. Ele vai se escondendo por trás do mangue, é um visual bem legal.

Existe um sujeito que toca sax para fazer um fundo musical, né. O sujeito toca, de dentro de uma canoa ainda dentro do Rio, o Bolero de Ravel todinho. Só que há um porém, há um sujeito que o imita, um genérico mesmo que, tcharan!, também toca o Bolero de Ravel.
Em dado momento o negócio vira o samba do crioulo doido porque cada um está em uma parte da música. Rola um estranhamento pela situação, dois saxofonistas fazendo uma disputa a plenos pulmões, ainda bem que o sol não se importa.