Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, março 17, 2005

Braços moles... taquicardia... tonteira.... Passa um tempo. Rostos conhecidos. Seu Carlos, dona Dlória e mais um amigo pegam pelos braços, põe no carro. Quando se percebe, estamos na emergência do hospital perto. Tiram pressão, fazem eletrocardiograma, tiram sangue. Um rádio alto numa sala não muito longe fica proferindo repetidas vezes "Jesus", "alma", "salvação", "perdição", "entrega", "leva". Um voz de homem esganiçada não pára de gritar lá dentro do rádio. Mas não pára mesmo. Parece que nem respira, só grita. O rádio causa irritação. Raiva da situaçã toma conta, afinal de contas é um hospital particular, não se está ali de graça. A raiva e o incômodo faz levantar da cama. O médico aparece e diz "os exames apontaram nada". Novidade, é o terceiro piti q dá no Vicente e nada aparece, mesmo com os exames já feitos. Pra poucar a paciência se procurou vazar o quanto antes q o rádio fosse chutado pra longe. Já ouvi q é frescura, q é encosto, q é do sistema neurológico. Vamos indo, vamos indo. Uma dia se chegará a resposta. O chato foi q isso aconteceu na última noite de sábado quando se estava prestes a sair. Ó vida, ó azar.