Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Eu e minhas leituras de jornal...

Segunda-feira passada os jornais abriram sua primeira página de sola. Falavam de correria e pânico no Leme, na Zona Sul da cidade, ao ladinho de Copacabana. Um tiroteio no morro do Chapéu Mangueira, favela q fica perto da praia, fez as pessoas correrem. Teve quem dissesse q houve arrastão. Li as matérias e não identifiquei arrastão algum.

Aí, nessa segunda-feira (hoje) um matéria, a meu ver com desfecho mais grave, teve espaço menor. Os jornais falam de uma menina de 14 anos q morreu após um susto na praia do Recreio, Zona Oeste da cidade. A menina, com problemas no coração, teve um piripaque após um tiroteio na areia da praia. Os jornais dizem q ela morreu após uma confusão em que um sujeito teria falado alguma gracinha pra mulher do outro. Um dos manés estaria armado e largou o dedo pra cima do outro.

Pois bem, o q é mais grave? O tiroteio que não aconteceu na praia e o arrastão q não acoteceu ou o tiroteio q aconteceu na praia e uma adolescente morreu?

Sei não, vejo que a campanha de demonização das favelas continua em alta, com força total. Ganhando cada vez mais força na mídia. É a direitização do carioca ficando cada vez mais forte.

Nao quero tirar o peso de nenhum dos acontecimentos, não sei se é uma forma de ver os fatos de um jeito maniqueísta, mas q eu vejo a tal demonização, ah, eu vejo.