Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, janeiro 06, 2005

A empresa de RH q me contrata (ou contratava) sumiu no mapa. Mas sumiu como fumaça mesmo. Como eu, vários outros maluquinhos ficaram na pista. Eu, q sou um abusado q mora na casa da mãe e do pai, nao vou ficar no maior perrengue do mundo. Mas e os caras q têm família? Q estouraram o cartão no Natal? Q tem filho da escola? Q vão pagar IPTU e IPVA? Eitcha, eu vou pagar IPVA tb...

O q vai ser desses caras?

Sabe coé? Pra receber o dinheirinho pelo qual vendi meu trabalho (relações capitalistas são assim, fazer o q?), ou seja, meu salário relativo ao mês de dezembro, vou ter q entrar na Justiça. É isso, aquela senhora cega, ceguinha q nao preza por ser a mais rápida... Acho q terei um buracão no orçamento por algum tempo.

E o q é mais pentelho. Como a empresa sumiu e não cumpriu, digamos, suas obrigações trabalhistas. Sabe o meu plano de saúde? Subiu no telhado. E se subiu no telhado... lá se foi a operação pra aumentar o espaço pra eu juntar meleca. Aquela de nome difícil de septoplastia, pra abrir os caminho pro ar correr limpinho da nareba até os pulmões... Tudo fica pra depois.

Bom, pra tentar me fazer felizinho, algo do gênemo "me engana q eu gosto", já tô repetindo pra mim... "Não opero, mas vou pro bloco dos jornalistas. Vou pro Imprensa q eu gamo". É, pois é. Eu vou. Eu acho.