Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quinta-feira, novembro 11, 2004

Nem tudo está perdido

Numa noite dessas por Bangu algo me chamou atenção. Era uma noite quente, boa parte das pessoas estavam nas calçadas conversando. Um feliz hábito cultivado no subúrbio dessa cidade. Enquanto em várias partes da cidade as crianças brincavam com seus video-games dentro de seus quartos, naquela rua umas quinze crianças jogavam queimado. Eu demorei a entender q a brincadeira era a mesma q eu fazia há mais ou menos 20 anos, nos idos dos anos 80.

Meninos e meninas misturados em dois times que jogavam uma bola sobre uma linha imaginária pra elimiar os adversários. Bom ver isso, sabe. Dá a impressão que nem todas as crianças estão nesse isoladas pelo medo dos pais, dá impressão que ainda existem aquelas que ficam na rua sujando os pés, encardindo as camisas lavadas pela mamãe com suor e sujeira enquanto convivem com gente de verdade, de carne e osso e não os inimigos do video-game.

Saudosista? Eu? Nem tanto...