Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, agosto 02, 2004

Esse suburbano carioca por São Paulo

Muita gente não acredita, mas é verdade. Sim, peguei minha folga e fui gastá-la em São Paulo. Fiquei de bob, brinquei de andarilho, conheci lugares novos, encontrei pessoas, muitas pessoas, tomei cerveja, andei várias vezes por dia de metrô pelas linhas 1, 2 e 3, dei informações pros paulistas que me pediram, recebi informações erradas dos paulistas a quem perguntei, fiquei triste por não encontrar todo mundo q eu queria ver, chamaram o Vicente de ‘meu’ até cansar e voltei pra santa cidade do Rio de Janeiro.

P q ir a São Paulo? Pq gosto daquele ar estranho e cosmopolita. Não é errado ser estranho, é errado ser escroto. E nem todo estranho é escroto.

Todas as vezes em que paro pra pensar que durante boa parte dos tão alardeados 450 anos da estranha cidade ao sul aquilo era uma vila. Uma típica cidade do interior q no início do século passado, com a ‘explosão do café’ virou um tremendo mafuá e cresceu.

Tenho q confessar, fiz um passeio turístico, o clássico ‘city tour’ pelo centro histórico da cidade, com guia e tudo. Sim, há um centro histórico. Igreja de São Bento, ao lado do Vale do Anhagabaú, Pateo do Collegio (onde o Anchieta fundou aquilo lá), a Catedral da Sé (há anos passava por baixo – na estação do metrô – e nunca tinha entrado lá), Igrejas da Ordem Primeiro e da Ordem Terceira de São Francisco de Assis (obras barrocas em pleno Centro de São Paulo). Subi no Banespão pra a cidade do alto, vi o Edifício Martinelli (q um dia foi o mais alto daquele pedaço) do alto, fui ver qual é o Teatro Municipal deles. Já fora do passei turistão, dei as caras na Paulista, apareci na Benedito Calixto, fui pra night (não, não vou pra balada, eu vou pra night) e tudo mais. Eu queria ter ido na festa de Nossa Senhora Achiropita, da comunidade italiana. Sem companhia, não rolou. Reza a lenda q as mamas caem dentro fazendo as massas na feira, bateu uma mega-curiosidade. É a cultura popular resistindo em meio a um lugar tão urbano. Fiquei curiosaço de ver. Quem sabe não volto ainda em agosto?

Mas, na boa, tudo, mas tudo prédio. Só prédio. Tem seu barato, é verdade. Mas senti falta das paisagens e do verdão q o Rio tem. Pô, mesmo da janela do meu quarto me deparo com uma enorme serra, a de Madureira, q separa a Zona Oeste do Rio da Baixa Fluminense.