Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, novembro 24, 2003

Emoção na Rio Branco

Estava por volta das 14h na esquina da Rua da Alfândega com a Rio Branco, o centro financeiro do Rio de Janeiro, quando um bando de maluquinhos começaram a passar correndo. Vários. Muitos. Todos os camelôs corriam enloquecidamente.

Era um mais frenético q o outro. Cada um carregava suas bugingangas ainda sobre seus tabuleiros ou em plásticos, q ficam esticados no chão. Estrategicamente esses mesmos plásticos têm as quatro pontas presas em uma corda q nao sai da mão do camelô.

O motivo da corrida? Claro. O rapa. Uns sete guardas municipais vinha correndo atrás dos caras. As fardas cáqui mal apareciam. A gente só via os capacetes Dart Vader, os cacetes nas mãos e aquelas coisas q parecem carapaças de tartaruga.

Os camelôs corriam como formigas. Tava a vendo a hora em q ia começar a voar pedras nos tartarugas, digo, nos guardas municipais. Dessa vez a camelotagem optou por vazar mesmo. Atravessaram ruas com seus troços e até mesmo as quatro pistas da Presidente Vargas.

No fim das contas, ninguém foi pego. Mas foi engraçado ver de um lado da Presidente Vargas um grupo enorme de ambulantes com seus mercadorias coloridas nas mãos e do outro, os guardas municipais com seus cacetes e capacetes.

"Rio 40º, Cidade Maravilha, purgatório da beleza e do caos". É isso aí.