Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, setembro 15, 2003

O perdido

Quando chegava na boquinha da Linha Amarela, molecular toca.

Molecular: Alô.
PPS:Alô.
Molecular:Vai fazer o q?.
PPS: Já to na pista, vou encontrar um camarada.
Molecular: Blz. Depois a gente se fala. Inté.


Conversa rápida e tranqüila. Seria indolor se não tivesse desviado minha atenção, feito o Vicente perder a entrada da Linha Amarela na direção Barra. Peguei na direção da Linha Vermelha, o q me leva necessariamente para dentro da Vila do João.

Vila do João é uma das trocentas comunidades do Complexo da Maré, tido como uma dos q tem a chapa mais quente no Rio ultimamente. Fui andando no sapatinho, passei por um simplório grupo de papa mikes armados com canhões de mão, vestindo coletes a prova de bala e até pensei q presenciaria um festival de pipocos.

Só pensei. Liguei para personagem q se encontrava em Ramos e bati a real. “Ó, to na do João”. A veio a resposta instantânea “Então vaza logo daí”. Vicente, arisco que é, vazou.