Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, julho 02, 2003

Carona do B

Seu Carlos foi pro trabalho de carro. Ironicamente trabalhamos para a mesma empresa. Eu na Comunicação, na sede que fica no Centro, e ele em num dos vários pontos espalhados pelo país, só que o dele fica na Baixada. A figura acordou mais tarde e, como foi de carro (o dele, nao o Ervilhão), quis me dar carona. A peça me levou até Parada de Lucas e lá me desovou, bem em frente a conhecida Favela de Lucas, onde apitava até tempos atrás o famigerado Robertinho de Lucas que foi 'morrido' enforcado dentro da carceragem da Polinter, se não me egano.

Tudo bem que foi um boa inteção, mas fiquei num ponto que fica logo após uma curva. Imagina só ficar ali onde os ônibus aparecem varados e na pista do lado de lá. Pior, eu tinha que descobrir qual servia pra mim. Fácil, né. Fiquei só na butuca esperando qq um que parasse com a placa Praça XV. Não deu outra. Parou um, entrei mó galera. Fui na onda. Malandramente fui o primeiro passageiro a ficar em pé, né. Já nem me lembrava o que era ficar de pé dentro de um coletivo na Avenida Brasil a essa hora da manhã e com o trânsito parado...

Entre mortos e feridos salvaram-se todos. O tal ônibus (que não idéia de qual foi), após o tradicional engarramento de São Cristóvão, mandou bem, veio pela Zona Portuária, fugiu da pânico da Presidente Vargas e me deixou na careta do meu prédio, ali na Rio Branco. Salve, salve Seu Carlos.