Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, maio 12, 2003

Sábado enfiado na lama

Após a brilhante atuação e minha amiga Patrícia, Vicente arrumou dois convitões pra ir ao Coca-cola Vibe Zone. Cara, quanta lama! Quanta molecada! TODOS os adolescentes do mundo que vivem Fiquei boquiaberto.

Não havia onde pisar sem sair elameado. Fora isso, a sensação de intervalo do colégio era freqüente. Uma placa na entrada avisava: proibida entrada de menores de 18 anos. Só esqueceram de avisar a maioria absurda de menores de 18 anos.

E o show do Charlie Brown? Sim, eu gosto da banda mermo e tô cagando pra quem não gosta. Como eles são adoradas pela massa adolescente, que sabe TODAS as letras dos caras. Chorão manda e desmanda na molecada, tem um carisma fora do comum com esse público.

O cara parou várias vezes o show pra dar esporro na molecada que insistia em se engalfinhar sobre o lamaçal. E não é que a molecada parava.

E a cena que mais me impressionou foi, pra variar, um embate físico entre adolescentes. Na fila pra comprar comida, tava lá um fortinho todo marrento gritando pra um gordinho. Gritou, ameaçou, parecia que o moleque era uma fera. Fez aquele showzinho do “me segura que vou pegar aquele moleque”. Numa dada hora o tal fortinho vazou e foi brigar com o gordinho. Foi uma das maiores seqüências de diretos que vi um moleque tomar. O gordinho bateu fácil, só dava ele. Confesso, eu já vibrava com a cena, mas aí os amigos do fortinho apareceram e tiraram ele do bolo.

Alguém viu um segurança nessa hora? Alguém? Alguém? Eu só vi depois que a confusão tinha lambido solta. Ao menos fiquei feliz em ver o fortinho apanhar. Dá-lhe gordinho.