Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, maio 21, 2003

Até que foi rápido

Ontem, no 391, consegui já no primeiro ponto. Tb estou um pouco mais forte do que no período do segundo grau. Mas pra quê entrar? Não tinha pra onde ir. Não existia sequer espaço pra pôr os dois pés no chão! Pior, com um braço eu segurava minha inseparável mochila e com a outra, pendurava-me naquele ferro encima.

A impressão que tive era que o ônibus é um 'cipódromo' onde os passageiros vão se pendurando (em cipós, como na selva) até a porta de saída. Surreal. Detalhe, isso já era lá por umas 23h. Pior, o celular tocou e, literalmente, eu não tinha um braço a mais pra atender.

Após meia hora de um esforço animal pra me manter de pé. Pq o motorista, sangue baum toda a vida, fez o favor de ir varado pela 24 de maio varadaço, fazendo um ônibus com pelo menos 100, 120 pessoas quicar como se fosse um fusquinha.

Bom, inexplicavelmente, umas 60 pessoas desceram em Marechal e pude até andar pelo interior do ônibus. Pouco mais a frente, consegui sentar. Pena que já era a hora de saltar, tava em Realengo e se não descesse ali ia parar nos confins de Padre Miguel, onde nem eu sei andar.