Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, maio 20, 2003

Dona Glória e o seu tricolor

A personagem D. Glória, por acaso minha progenitora, parece ter um estranho hobby de inventar pequenos problemas onde não existem. Desde o ano 2000 tento levá-la para assistir a um jogo do time de futebol para o qual torce, o tricolor da Laranjeiras. Após dois campeonatos nacionais, duas Copas do Brasil, três campeonatos estaduais e vários jogos no Maracanã, aos quais ela nunca e nunca podia ir por sempre ter um compromisso mais importante, veio o piti.

Aí, no domingo, faço o infeliz comentário. "Viu, o Fluminense ganhou do Figueirense em Edson Passos". Pra que fiz isso? Não é que a madame caiu de pau encima de mim, reclamando que eu não dava a mínima pros pedidos dela? Que culpa eu tenho que o mané do tricolor jogou no campo do América que, diga-se de passagem, é muito mais perto de Bangu do que o Maracanã, mesmo ficando fora da capital. Eu tb nunca ia imaginar que ela gostaria de ir até Mesquita pra ver um jogo contra o Figueirense, tá bom que foi 3 a 0 pro time dela, mas ainda não cheguei ao estádio de vidente.

Bem feito, eu devia era ter ficado de boca fechada. E vou pensar no caso se levo a progenitora num jogo desse time de burguês.