Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, dezembro 02, 2002

Dia do samba :-(

Hoje é o dia do samba e nada nessa cidade lembra isso... Mas quando chegar em casa vou escutar um sambinha pra celebrar esse tão imporante dia. Pra variar, deve ter rolado o Trem do Samba, aquele sai da Central até Oswaldo Cruz e volta... Eita vontade.

Achei essa matéria aqui e resolvi postar, acho que é do João Pimentel, mas ela foi publicada no Globo. Resolvi publicar e me reservo o direito de fazer uma correçao. O Marquinhos de Oswaldo Cruz, entusiasta e criador do tal trem não é portelense, mas imperiano.



Essa é Tia Noca, nao a conheço, mas foto é muito fofa. Como a tia é da Velha Guarda da Portela tem meu respeito.
O trem da alegria do samba carioca

Se nas escolas de samba os sambistas cada vez encontram menos espaço para mostrar sua arte, um evento que há seis anos marca o Dia Nacional do Samba prova que a classe pode estar à margem da mídia ou do mercado, mas não do gosto popular. O Trem do Samba já se tornou uma tradição entre os amantes do samba carioca. A farra anual, que começa hoje, às 18h30m, com concentração na Central do Brasil e homenagem aos 60 anos de Paulinho da Viola, não tem hora para acabar. A prova do sucesso está no número de composições utilizadas para o evento. No ano passado, três trens foram pouco. Hoje serão quatro os trens com representantes das escolas e dos principais pagodes cariocas.

Idealizado pelo compositor portelense Marquinho de Oswaldo Cruz, o Pagode do Trem tem uma história significativa que remete ao início das escolas de samba. Nos anos 20, quando os sambistas eram perseguidos pela polícia e tratados como marginais, Paulo da Portela, fundador e principal personagem da história da Azul-e-Branca de Oswaldo Cruz, bairro suburbano vizinho de Madureira, reunia os compositores na Central do Brasil, para, na volta do trabalho, cantar sambas e discutir os caminhos que seriam seguidos pela escola. O tempo passou mas a situação do sambista ainda é motivo para muita discussão.

Como o protesto do sambista é feito cantado e marcado na palma da mão, a festa promete. Serão 24 vagões com rodas para todos os estilos. Nas duas primeiras composições estarão representantes das rodas do Cacique de Ramos, do Botequim do Martinho, do Carioca da Gema, do Bip-Bip e da Tia Doca. Os trens partem às 20h e levarão alguns convidados especiais, como Marcelo D2 e Seu Jorge.

O terceiro vagão, que promete ser o mais disputado, é o único com ar-condicionado e levará representantes das velhas-guardas de Portela, Mangueira, Império Serrano e Salgueiro. No quarto e último irão componentes da bateria da Portela. A viagem termina em Oswaldo Cruz, nas dezenas de barraquinhas onde se formam rodas de primeira.