Parabéns pra você
Diazinho movimentado, não exatamente estressante, mas o suficiente pra deixar um cansaço no fim do dia. Dona Glória ligou avisando que iria a Tijuca, aniversário de Severino, um senhor figuraça que completou 80 anos. Fui lá dar um alô, dar os parabéns e tomar o bonde de carro para Bangu.
Do alto dos meus 30 anos era o mais novo na casa, casas daquelas de vila. Por que as pessoas ganham idade e vão morar em vilas? Deve haver alguma explicação sociológica, mas eu desconheço.
Acredito que muita gente arrumaria desculpas não ir numa festa de aniversário de um idoso, mas eu não faria isso. A quantas festas dessas eu vou durante toda a minha vida? Um pequeno momento de esforço, é verdade, mas ver a alegria de um sujeito com oito décadas de vida ao ouvir algumas outras cantando parabéns é difícil medir. Em lugar de ficar cantando preferi observar sua expressão. Ver o sujeito se esforçar pra soprar suas duas velas, uma com o algarismo 8 e outra com o 0 é algo que não existe. O rosto ficou rosado como de uma criança, talvez fosse uma criança mesmo naquele momento, deu pra observa-lo olhando ao redor, talvez não acreditasse que alguém iria vê-lo no seu aniversário. Acho que deve ser isso mesmo porque já havia ouvido de sua boca que "ninguém dá importância aos velhos". Será que ninguém mesmo?
Parece-me importante mostrar pras pessoas que elas têm valor. Pequenos atos contam, fazem a diferença nessas horas. Sei lá, meio boba essa minha forma de pensar, né. Talvez meio romântica até...
Carrego uma certeza, meu estilo de vida não vai me permitir chegar a completar tantas décadas, é legal curtir quem chegou até lá. Minha impressão é que lá pelos 50 anos termina a caminhada do Vicente por aí. Talvez em lugar de um pequeno momento de doação eu esteja sendo egoísta, curtindo a velhice alheia que acredito que não chegarei a ter. Ah, sei lá.
Mas de qualquer forma, parabéns ao Severino por mais um aniversário. Que várias outras pessoas possam estar lá mais vezes pra ver o que vi nessa noite.
Diazinho movimentado, não exatamente estressante, mas o suficiente pra deixar um cansaço no fim do dia. Dona Glória ligou avisando que iria a Tijuca, aniversário de Severino, um senhor figuraça que completou 80 anos. Fui lá dar um alô, dar os parabéns e tomar o bonde de carro para Bangu.
Do alto dos meus 30 anos era o mais novo na casa, casas daquelas de vila. Por que as pessoas ganham idade e vão morar em vilas? Deve haver alguma explicação sociológica, mas eu desconheço.
Acredito que muita gente arrumaria desculpas não ir numa festa de aniversário de um idoso, mas eu não faria isso. A quantas festas dessas eu vou durante toda a minha vida? Um pequeno momento de esforço, é verdade, mas ver a alegria de um sujeito com oito décadas de vida ao ouvir algumas outras cantando parabéns é difícil medir. Em lugar de ficar cantando preferi observar sua expressão. Ver o sujeito se esforçar pra soprar suas duas velas, uma com o algarismo 8 e outra com o 0 é algo que não existe. O rosto ficou rosado como de uma criança, talvez fosse uma criança mesmo naquele momento, deu pra observa-lo olhando ao redor, talvez não acreditasse que alguém iria vê-lo no seu aniversário. Acho que deve ser isso mesmo porque já havia ouvido de sua boca que "ninguém dá importância aos velhos". Será que ninguém mesmo?
Parece-me importante mostrar pras pessoas que elas têm valor. Pequenos atos contam, fazem a diferença nessas horas. Sei lá, meio boba essa minha forma de pensar, né. Talvez meio romântica até...
Carrego uma certeza, meu estilo de vida não vai me permitir chegar a completar tantas décadas, é legal curtir quem chegou até lá. Minha impressão é que lá pelos 50 anos termina a caminhada do Vicente por aí. Talvez em lugar de um pequeno momento de doação eu esteja sendo egoísta, curtindo a velhice alheia que acredito que não chegarei a ter. Ah, sei lá.
Mas de qualquer forma, parabéns ao Severino por mais um aniversário. Que várias outras pessoas possam estar lá mais vezes pra ver o que vi nessa noite.
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