Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, abril 26, 2006

Uma tade de aula

Dia de aula é meio corrido. Tenho que chegar cedo ao trabalho, dar conta de tudo, almoçar rápido e vazar rumo a universidade. Essa quarta-feira foi quase igual às outras que passaram. Quase igual porque começou mais ou menos assim, só que vim de carro. Ervilhão, o aventureiro e parceiro gol bolinha verde, q ficou no estacionamento da universidade enquanto fui para o escritório, no Centro. Mas quando ia para aula e passei diante do Maracanã, que fica na frente da Uerj, vi a fila para comprar os ingressos de hoje, pro jogo contra o Galo de logo mais.

Pensei na hora: "esse jogo vai encher, tenho q comprar logo meu ingresso!". Subi ao décimo andar, assisti minha aula. No intervaldo lá fui eu varado até a bilheteria 8, onde rolava a venda das entradas antecipadas. Quando passei de ônibus cerca de 15 cabeças estavam lá. Quando voltei, duas horas depois, já eram 30. Diliça, né.

Fiquei a bobagem de uns 35 minutos pra ter meus ingressos em mãos. Só que o intervalo já havia terminado. Bom, com as entradas nas mãos lá foi o Vicente correndo, atravessando as duas pistas que separam a universidade do estádio. Só que no caminho pro elevador... quem estava lá? Ervilhudo.

Não resisti, fui até o carro, tirei a camisa comportada q eu usava, pus o Manto Sagrado - a camisa vermelho e preta do Mais Querido do Brasil - peguei minha bandeira - dobrada com carinho e amor - e fui correndo pra sala.

Curiosa foi a reação do professor e dos colegas, que discutiam a apresentação de seminários de metologia de pesquisa (coisa q o mané do Vicente perdeu pq comprava ingressos). Alguns mal entenderam que viam o Vicente em nova indumentária e uma bandeira no ombro. Mas o melhor foi o professor, longe de estar sisudo. Olhou pro sujeito aqui que posta q disse com a boca cheia de dentes misturados num tremendo sorriso"bela camisa, hein". Uhu! É ou não é um bom presságio?