Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, dezembro 13, 2005


Matando o barreado

Diante da manhã chuvosa de domingo, ali na Ilha do Mel, a pedida foi vazar cedo. O bonde partiu para Morretes, ali, no pé da Serra do Mar. A pedida: barreado. Puts, comi quilos de barreado. Seis pratos de barreado com farinha. Disseram q eu ia passar mal quando contei a quantidade de pratos. Bom, já é noite de terça-feira, já viajei de volta para o Rio e ainda to esperando passar mal.

"Coloca-se no fundo de uma panela de barro tiras de toucinho, pondo-se a carne gorda e magra em seguida, acompanhada dos temperos: cominho, cebola, salsa, cebolinha, alho, tomates, pimenta de cheiro e limão. Calafetam-se as bordas da panela com um goma de farinha de mandioca, prendendo-se a tampa por meio de tiras de papel. Além de tudo isso, ainda se amarra para evitar que o vapor escape. Algumas vezes o barreado se faz, colocando a panela sobre a chapa do fogão, e a fogo lento, durante toda a noite e indo pela manhã adentro até o almoço para se processar o cozimento. É servido com a colher, garfo de pau, a cuia de farinha de goma e o garrafão de cachaça de Morretes."(CASCUDO, Luís da Câmara. Antologia da Alimentação no Brasil)

O Globo Rural, onde vi o tal prato paranaense pela primeira vez, em matéria de José Hamilton Ribeiro (se não me engano), tem matéria aqui.