Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, dezembro 06, 2005

Ah, Oswaldo Cruz

Já tem tempo, o Pagode do Trem partiu na sexta, da Central do Brasil. Mas o bonde de retorno à casa, no aprazível bairro de Bangu, só chegou perto das 5h do sábado. Chuva, chuva demais. Mas quem disse que a chuva não gosta de samba? Deve gostar tanto quanto eu.

E sempre me pego observando os demais, como as pessoas enxergam os subúrbios e o suburbanos. Em alguns o estranhamento fica estampado na cara, em outros já rola uma afinidade. O Pagode do Trem marca o Dia Nacional do Samba – provavelmente com a maior celebração que o ritmo que faz a trilha sonora desse país – permite que a classe média que só curte o samba ‘clean’ tocado na Lapa, ouça, veja e sinta o bom pagode suburbano, ouvindo samba sem frescuras, na palma da mão, só na percussão e no gogó.

O ego suburbano, que tem esses referenciais culturais fica todo inflado, impossível negar. É gostoso ver a gente de outros cantos do Rio e Grande Rio na ‘nossa praia’, quebrando muito do estigma de que esses cantos da cidades são lugares ruins. Não, não são. Pelo contrário, são a alma do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo q a blz das praias e relevo são o corpo que tanto encanta os olhos de todo mundo.

É verdade, tive medo que a chuva deixasse o "couro meio frouxo", mas ela caiu e até parece que curtiu. Salve a chuva q teve sua noite de sambista junto com todos em Oswaldo Cruz naquela noite.