Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Não tem rolado tempo pra postar, mas tem uma coisa q Irmão-Léo me contou no domingo q tenho q botar aqui. Sabe aquela parada de notícias do submundo? Bem por aí. O moleque já chegou pra mim com a seguinte introdução: aí, essa é pra tu por no blógue.

Disse ele q foi ao samba na Mocidade. Já meio tarde saiu e pilho de dar as caras no baile funk na Unidos de Padre Miguel, perto, bem perto da escola de samba. E lá foi ele. Na entrada já sacou algo estranho no ar. Viu uns sujeitos passando com fuzil em punho e ouviu a galera falando q não tinham pago o ‘arrego’ aos papa mikes. Bom, arrego = suborno pro negócio continuar funcionado, digo pra polícia não incomodar a venda de tóxico.

Já na boca do baile começou a ouvir uma troca de tecos, digo, tiros. Os sujeitos largavam o prego do lado de fora e ele lá dentro no funk.

Irmão-Léo fez exatamente o q eu faria, ficou tomando cerveja esperando o arranca-rabo acalmar. Quando acalmou, pegou o caminho de casa. O pior é q ainda veio me contar outra coisa, q a chapa deve continuar quente praqueles lados, bateram pra ele q o povo do Sapo (outra comunidade, essa em Realengo) quer tomar o comércio de drogas na Vila Vintém. Entenda-se uma guerra de quadrilhas. O Sapo é dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP) enquanto a Vintém é Amigos dos Amigos.