Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, novembro 23, 2004

Da fofura à escatologia
O trem, quando não é o393 é o trem, mas eu só pego eles dois pra ir cama mermo, né, fazer o q. Estava eu na noite de segunda-feira voltando pra casa. Entrei num vagão, sentei-me e dormi. Fui nanando no chacoalhar do cara-de-lata (entenda-se trem) até os arredores da estação de Deodoro. Dali faltam só cinco até a minha.
Naquela sonolência, de cabeça e cai e levanta, percebi perto da porta uma senhora gordita, bem gordita. A roupa não era exatamente discreta, era um vestido de alcinha com uma estampa q fazia lembrar uma onça.
Aí, saquei o ela carregava na mão direita. Era uma sacola do supermercado Guanabara, dentro da sacola, tcharan, um cachorrinho. Ó, q fofo. Vovó levava o cachorrinho no trem. Fiquei ali olhando até q percebi q ela, colocada bem na frente de uma das portas do vagão, dizia “cuidado, moço. Não pisa, cuidado”.
Era justamente a porta por onde eu ia sair. Claro q fui até lá, era saída mesmo, pra ver o q vozinha gordinha e o cachorrinho fofinho tinham aprontado... o cãozinho, ta fofo, fez o favor de dar aquela linda vomitada no chão. Eca. Pena d quem seguiu mais tempo no trem.