Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Geraldino
Não achei um ingresso de arquibancada q fosse pra ver o jogo. Pra comprar pras cadeiras tava um mulão sem dó. Solução: vâmu de geral. Com cinco reais comprei dois ingressos praticamente se fila e vazei pra dentro do estádio. A entrada tradicional tava fechada, em obras. Tive q fazer a volta no Maracanã pra chegar ao portão certo, o 18.

Na caminhada surgiu um sujeito. Sempre surge um sujeito. Com quem falei alguma coisa. Pra q. O maluquinho ficou meu parceiro. No meio dum bololô o figura acabou ficando pra trás. De repente veio ele de novo. Parou pra comprar cerveja e pediu pra eu esperar.

Foi me contando q tinha um primo q veio de Campo Grande e tinha ingresso pra arquibancada, mas ele preferia a geral pq aparecia na televisão.
“Já apareci três vezes”, disse pra mim cheio de orgulho. Hehe. É o fascínio q as pessoas têm por aparecer na caixinha luminosa.

Detalhe, o companheiro disse q iria depois pro trabalho, em Botafogo. Imagina ir do jogo direto pro trabalho. Eu saio com os nervos em frangalhos do jogo, trabalhar depois? Nem pensar.

Quando chegava com o figura ao portão certo me deparei com camaradinha César Chevrand, q tb fez companhia. César homenageou verbalmente várias vezes o Antonio Lopes, técnico do Coritiba. Haha. Até fui com ele lá perto pra xingar o pouco o técnico rival. A proposta do camarinha é igual a minha. A gente pode não ganhar, mas põe os bichos pra fora.

Pena q não comemoramos gol algum e o figuraça sumiu durante o jogo. Deve ter ficado frustrado como eu.