Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, setembro 27, 2004

E o eleitorado carioca?
O Rio já foi tido como um lugar de vanguarda. Logo na primeira eleição direta pra governador Leonel Brizola foi levado ao governo do estado, no distante ano de 1982. O mesmo aconteceu em outra vez com o próprio Brizola e com seus candidatos. O eleitor carioca se opunha ao poderio econômico, ao poderio da mídia. Votava com um pensamento amplo, nacional. A cidade era um referencial político. Hoje, puts, hoje já era. O carioca ta prestes a dar uma carta branca ao PFL, uma das forças mais tradicionalistas, de novo pra comandar nossa cidade.
Não me sinto nada confortável com essa situação. Não vejo com bons olhos. Tenho medo do Rio ficar ainda mais desigual, com as áreas nobres cada vez mais diferenciadas das áreas mais pobres. Dessa forma não vai tardar o dia em q vão cobrar pedágio pra galera q mora em outros cantos entrar nos cantos mais abastados do Rio. O q já acontece na Linha Amarela.
A saúde pública municipal ta cagada. O transporte público pras áreas suburbanas é uma zona. Funciona mal e porcamente. A Avenida Brasil q a prefeitura cagou mó goma pra ter sob sua responsabilidade continua um mafuá com engarrafamentos em todo santo dia.
Pros bairros fora das áreas abastadas só ouço o prefeito falar que vai construir vilas olímpicas, ampliar o Favela Bairro ou o Rio Cidade. Q mane, não conhece o Rio. As favelas são pontos q merecem verdadeira atenção, mas e os demais moradores da cidade? As favelas (nas Zonas Sul, Norte e Oeste) contam com apenas 10% da população da cidade. E os demais suburbanos q não são favelados? Será q vou ter q morar numa favela pro prefeito perceber q eu existo?