Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

sexta-feira, julho 09, 2004

A vinda infernal

P q, meu Deus, p q?? Pq eu sempre me lasco nessas vindas? Um péla-saco vai responder: pq mora longe. Tá, tá bom. Pô, cara, resolvi sair meia hora mais cedo de casa pra resolver umas paradinhas q ficaram pendentes. Todo serelepe me levantei, tomei os procedimentos acordativos (banho, café, escovar os dentes, assistir o jornal na tv e até passei batido do jornal impresso, só li a primeira página).

Corri pro ponto para pegar a primeira van rumo ao Centro. Após meia hora de espera passaram apenas duas e lotadas. Sem chance. Plano B veio a cabeça. Correr pro trem.

Saí do ponto e caminhei até a estação Guilherme da Silveira, talvez uns 800 metros de caminhada enquanto uma chuvinha chata começou a cair e a molhar as lentes do óculos. Nao quis por as lentes pra demorar menos em casa...

Na estação foi até rápido, paguei o R$1,35 da passagem e entrei. O cara de lata, entenda-se: trem, chegou logo. Entrei e pensei q ia chegar no Centro pouco antes das 9h. Seria perfeito. Só q nao levei em conta uma parada. O vagão tava cheio de impregnantes evangélicos q ficaram cantando e pregando de lá até a Central.

É demais querer q respeitem a minha fé, os meus ouvidos e a minha paciência? Aleluia! Cara, todo mundo tem o direito de acreditar no q quiser, mas eu tenho o direito de nao ser importunado quando quero ir pro trabalho. Aleluia! Tinha até um pandeirinho, aleluia!, q acompanhava todas as músicas. Aleluia!

Aí, q ódio violento.

Aleluia!

Eu já não tinha saco pra tanta gente gritando aleluia no meu ouvido! Eu já torcia pra chegar logo a estaçao Central do Brasil praqueles bundas-rachadas me deixarem em paz.

Só q em Deodoro o meu trem, q vinha do ramal Santa Cruz, chegou depois do outro q vinha do Japeri. Resultado: o cara de lata onde eu estava teve q ficar esperando o Japeri seguir na frente. Mais tempo ao lado dos 'aleluias'.

Após tantos aleluias e 'oh, glórias' cheguei a Central. Pra minha 'sorte', a espera causada pelo Japeri me fez chegar na mesma hora q eu costumao chegar no escritório. Nao adiantou NADA ter saído meia hora mais cedo.

O melhor momento da manhã até agora foi chegar na Central e poder dizer pra mim mesmo, com muito gosto, ALELUIA! por não ter mais q aturar a malice fundamentalismo daqueles furingudos.