Um mané sem carteira de motorista, abordo da Grande Ervilha Mecânica pela madrugada carioca
Mesmo com uma dor quase insuportável no ombro direito, saí na noite de sábado. Havia prometido a uma amiga levá-la ao forró. Levei, né. Promessa é dívida. Fomos ao Malagueta, ali em São Cristóvão. Como bom menino q sou fui buscá-la em casa, no Valqueire, e depois a desovei no mesmo ponto. Só q após a noite com zambumba, triângulo e sanfona tocando soltas, ainda no caminho de volta, veio a lembrança. Ou melhor, lembrei de ter esquecido, por mais contraditório q pareça. Esqueci o documento do carro.
Agora, na boa, eu, esse sujeito dessa cor, o tipo físico do malandro carioca, dirigindo seu carrinho de madrugada pelo Rio de Janeiro... era só uma blitz me parar e pronto: tava eu lindamente pegado. Tava errado, sem carteira de motorista. Olha o prato cheio pos puliça tocarem um terror comigo.
Saindo do Malagueta optei por ir seguindo a linha do trem, pela Rua 24 de Maio em lugar de pegar a AVenida Brasil. Foi só descer o viaduto de São Cristóvão e me deparar com Maracanã. Em frente a ele, na Radial Oeste (q em sua continuidade tem a 24 de Maio) estava um blitz. Ao lembrar de nao estar com o documento gelei. A amiga, q nas horas vagas é advogada, me tranquilizou. Mas e depois de deixá-la em casa? Ia ser uma presa fácil, fácil...
Do Valqueire até Bangu nao deve ser mais do 10 quilômetros. Eu com o rabo entre as pernas, na total certeza de estar errado, estar devendo. Odeio essa sensação, por isso procuro sempre andar na linha. A cada curva era uma nova emoção. Não pela velocidade, mas pela torcida em não encontrar uma blitz. O pior é a pista sinuosa q vai do Valqueire até a Piraquara, cortando toda a Sulacap...
A cada vez q via carros parados em sinais ao longe e aquele monte de luzes vermelhas juntas pensava: "perdi, os 'homi' tão ali". Nunca fui tão no sapatinho pra casa. Já em Padre Miguel existe um ponto certo, certíssimo de ter uma blitz. Eu já passo ali com tanta frequencia q ninguém me para, mas sacomé, né, quando tu tá errado tudo acontece. A essa hora eu já tinha acionado até a padroeira.
Quando cheguei na curva anterior o cagaço tomava conta... quando apontei no lugar e vi q nao tinha ninguém... pisei, mas pisei muito pra chegar em casa. É uma retinha simples, merreca pra ser percorrida até por Ervilhão, um gol mil. Ufa. Quando cheguei em casa nem guardei o carro na garadem, desovei mermo na calçada e corri pra dentro pra ver se encontrava o mané do documento. Tava exatamente no mesmo lugar onde eu devia te-lo pego.
Mané é mané. Mas o mané sem sorte já nasceu morto.
Mesmo com uma dor quase insuportável no ombro direito, saí na noite de sábado. Havia prometido a uma amiga levá-la ao forró. Levei, né. Promessa é dívida. Fomos ao Malagueta, ali em São Cristóvão. Como bom menino q sou fui buscá-la em casa, no Valqueire, e depois a desovei no mesmo ponto. Só q após a noite com zambumba, triângulo e sanfona tocando soltas, ainda no caminho de volta, veio a lembrança. Ou melhor, lembrei de ter esquecido, por mais contraditório q pareça. Esqueci o documento do carro.
Agora, na boa, eu, esse sujeito dessa cor, o tipo físico do malandro carioca, dirigindo seu carrinho de madrugada pelo Rio de Janeiro... era só uma blitz me parar e pronto: tava eu lindamente pegado. Tava errado, sem carteira de motorista. Olha o prato cheio pos puliça tocarem um terror comigo.
Saindo do Malagueta optei por ir seguindo a linha do trem, pela Rua 24 de Maio em lugar de pegar a AVenida Brasil. Foi só descer o viaduto de São Cristóvão e me deparar com Maracanã. Em frente a ele, na Radial Oeste (q em sua continuidade tem a 24 de Maio) estava um blitz. Ao lembrar de nao estar com o documento gelei. A amiga, q nas horas vagas é advogada, me tranquilizou. Mas e depois de deixá-la em casa? Ia ser uma presa fácil, fácil...
Do Valqueire até Bangu nao deve ser mais do 10 quilômetros. Eu com o rabo entre as pernas, na total certeza de estar errado, estar devendo. Odeio essa sensação, por isso procuro sempre andar na linha. A cada curva era uma nova emoção. Não pela velocidade, mas pela torcida em não encontrar uma blitz. O pior é a pista sinuosa q vai do Valqueire até a Piraquara, cortando toda a Sulacap...
A cada vez q via carros parados em sinais ao longe e aquele monte de luzes vermelhas juntas pensava: "perdi, os 'homi' tão ali". Nunca fui tão no sapatinho pra casa. Já em Padre Miguel existe um ponto certo, certíssimo de ter uma blitz. Eu já passo ali com tanta frequencia q ninguém me para, mas sacomé, né, quando tu tá errado tudo acontece. A essa hora eu já tinha acionado até a padroeira.
Quando cheguei na curva anterior o cagaço tomava conta... quando apontei no lugar e vi q nao tinha ninguém... pisei, mas pisei muito pra chegar em casa. É uma retinha simples, merreca pra ser percorrida até por Ervilhão, um gol mil. Ufa. Quando cheguei em casa nem guardei o carro na garadem, desovei mermo na calçada e corri pra dentro pra ver se encontrava o mané do documento. Tava exatamente no mesmo lugar onde eu devia te-lo pego.
Mané é mané. Mas o mané sem sorte já nasceu morto.
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