Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

O dia em q cheguei ao Centro em um ônibus escolar

Tudo começou como sempre. Segunda-feira normal, café normal. Vitória ixpetacular do Flamengo normal. Atraso normal. Sol na cara no ponto normal. Até q passa a van. Absolutamente normal.

O motorista, por sua vez, parecia não ter mãe. Andava como se nao existisse amanhã ou passageiros dentro do carro. Isso já era tão normal. Mas quando estávamos em Bonsucesso, perto da entrada pra Ilha do Governador, sinto algo estranho. Eu vinha sentado na poltrona da frente, bem ao lado do piloto.

A van seguia pela pista seletiva (teoricamente só destinada aos ônibus) quando ele ligou a seta e foi jogando o carro pra esquerda. Parou no canto direito, fora do recuo. "Ih, quebrou", disse o cara. Pronto, né. O trânsito estava lento e infernal, o sol (ótimo para dias de folga, mas nao tão bom para dias de trabalho) dava móca na cabeça de todo mundo com o calor. Eu já tava pensando "Derrota a vista".

Mas eis q surge um ônibus escolar. Escolar mesmo. Amarelão onde se lia em letras garrafais pretas 'ESCOLAR'. O motorista do tal ônibus era conhecido do piloto da van e ia pra Botafogo. Passou por ali naquele momento por pura coincidência. Parou pouco mais a frente e catou geral. Todo mundo q tava na van passou pra dentro do ônibus.... Surreal...

Agora o estranho foi chegar ao ponto onde desço todo dia e pular de dentro de ônibus escolar... situação estranha, cara... Chegar ao Centro da cidade embarcada num ônibus amarelão desses... sei lá, ainda não formei opinião sobre...