Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, janeiro 28, 2004

Olha o preconceito aí...

Ontem, saindo do trabalhos com os coleguinhas disse ao chegarmos na porta do prédio: "Hoje vou de trem, ontem demorei muito pra chegar em casa. Saí do trabalho 18h40 e só cheguei em casa 21h".

Quando um colega q estava perto mandou :"Ih, então se prepare para roubarem sua mochila, seus óculos, sua camisa...".

Hein? Respondi, procurando nao mostrar o espanto, que o trem é mais seguro e tranquilo que os onibus, por exemplo. Que, ainda mais àquela hora, só teria trabalhar voltando pra casa. Que me formei na Uerj, no Maracanã, voltando pra casa a noite pra Bangu no 'cara de lata'. Ele pareceu ter ficado surpreso, mas nao convencido...

Só falei pra colega, q tb tava com a gente, mas é recém chegada de outro estado: "isso aí é o preconceito da classe média com o pobre. Só pq é pobre, é ladrão. Se fosse realmente esse caos q ele disse, eu nem chegaria perto".

E lá foi o colega rumo a sua casa, em Niterói, achando q pobre é ladrão. Se isso nao é preconceito, o q será entao?