Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

Coisas que só o Rio de Janeiro pode proporcionar...

Clima tenso no trabalho. Coisas acontecem, não há entrosamento para resolver a pendenga. A coisa rola de um lado pro outro até tomar prumo e se resolver.

O gerente da galera chama geral pra uma reunião em sua sala. Todos vão. O clima da reunião nao é ruim, rola uma lavagem de roupa suja, mas nada de sangue rolando, tudo bem pacífico. E daí saem encaminhamentos para tomarmos.

E o melhor, do lado de fora, ouve-se o som de uma bateria. O cara do microfome, na muvuca em frente ao prédio, anuncia: "com vcs a baterias da Mocidade Independente de Padre Miguel e da Acadêmicos de Santa Cruz". A minha escola e a do meu avô! As verde e branco da Zona Oeste! Tamos aí!!!

Os colegas, já sabendo do meu gosto por essas orquestas de instrumentos percussão, começam a olhar pra mim e comentam q já repito gestos ritmados, acompanhando a marcação (tum-tum, tum-tum, tum-tum). Uma moleca diz "desce, Vicente". Ahan... Ah q vontade q deu...

A reunião acabou e o bloco tb, mas ter como som de fundo de uma reunião baterias de escolas de samba é coisa q só pode acontecer na santa cidade de São Sebá do RJ, ah, é.