Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, fevereiro 03, 2004

Catadores de lixo

? triste, degradante, sofr?vel, simplesmente horroroso, mas existem e, para muitas pessoas, parece q nem est?o ali. Todo santo dia quando saio do pr?dio, atravesso a Presidente Vargas na dire??o do Castelo. Invariavelmente, entre as a Rio Branco com rua da Candel?ria existe uma fam?lia catando lixo.

A coisa ? t?o entristecedora que os caras n?o catam s? lixo seco, digamos assim. Rasgam e metem as m?os no interior dos enormes sacos pretos onde jogaram restos de comida fora. Nunca os vi comendo, mas s? o fato de passar nos arredores, sentir o cheiro e ver o ato... enoja pela degrada??o. E nao ? nojo das pessoas, mas da situa??o a qual est?o submetidos.

Como eles existem v?rios outros q ficam revirandos os sacos de lixo no fim da tarde e in?cio da noite. D? um n? na garganta, uma sensa??o t?o ruim quando estou a caminho de algum bar e vejo os caras futucando pilhas de papel. Mas os q mexem na comida s?o os q mais mexem comigo, mesmo pq ainda levam as crian?as q ficam ali do lado, assistindo a tudo.

S? de pensar na imagem, fico meio enjoado...

Ser? q a mis?ria ? tanta q eles optam por fazer isso ou ser? q ? uma op??o? Hoje em dia eu fico na d?vida, j? vi cada coisa q.... sei l?, deixa quieto.