Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, setembro 01, 2003

“Mãe é aquilo que, quando pinta, rola aquela coisa toda...*”

Dona Glória, que nunca foi conhecida pelos seus dotes democráticos, veio com duas coisas para assustar qq filho.

De cara chegou dizendo “vou tirar a mesa do se quarto”. Peraí, como assim? A mesa é do MEU QUARTO.

Dona Glória ainda jogou um caô mais forte: “ela serve como depósito de coisas. Vou colocar um sofá”. Hein? Sofá? No meu quarto? Como assim? Com o aval de quem? Sai pra lá, a mesa fica.

Eu tava crente que o surto mãe-chefe tinha passado quando ela saca uma garrafa de DOIS LITROS de cloro e fala “isso aqui é pra jogar no seu box. Ta muito sujo, tu vai pegar uma doença”. Mãe, por mais autoritária que seja, é mãe, né.

Vou providenciar um paleativo, jogar o cloro no box e pronto. Mas será que ela acha que o chão vai ficar menos verde com isso? Bom, não sei, mas o piso do chão do meu banheiro já foi bege um dia.

* A frase é de uma antiga propaganda das Sendas na proximidade do dia das mães. A propaganda tem quase 20 anos, mas a emblemática frase não sai da minha cabeça quando penso em algo relacionado a mãe.