Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, maio 26, 2003

Suburbanice familiar

Irmão-Léo, personagem do folclore bangüense, tem três primos igualmente folclóricos. Quando todos se juntam dá medo tamanha é a quantidade de firulas no meio da rua. Coisas de moleque. Os tais primos (tá, eu tb sou primo deles...) se intitulam os Peronhos, e me qualificam como seu líder, mas essa é outra história.... Os primos figuras moram do outro lado de Bangu, num bairro que até hoje não sei como se chama. A rua deles não tem nome, mas um número: a Rua 41. E aí que vem a parada... todos os moleques da rua formam uma galera e como cada um tem seu carro, optaram por ostentar as firulas. Cada um dos carros tem um enorme adesivo na lateral com o número da rua pra se identificarem e ostentarem quem são.

Além do 41 grudado, todos os carros têm o nome do motorista colado no pára-brisa acima da cabeça do motorista. É fora de série aquele bando de carros assim. Mas o pior é o caô deles pra Irmão-Léo.

- Aí, tu é da galera. Põe o 41 nessa ervilha mecânica*.

Irmão-Léo nada comentou, só olhou pra mim e fez ouvido de mercador. Acho bom...

* Essa foi a forma com a qual o furingudo primo indentificou o guerreiro veículo automotor ao qual chamo Ervilhão.