Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, maio 27, 2003

Mais uma vez estava eu pensando em como a língua é viva e aloprada, como nomes de lugares cariocas (claro que suburbanos) são originários desse tipo de coisa.

Coisas como o Real Engenho do Imperador (que tinha a sigla Real Engº), que hoje é o simpático bairro de Realengo, logo ao lado de Padre Miguel é um desses.

O Vº Alqueire (lê-se Quinto Alqueire), acho que do imperador tb, acabou virando tempos depois o aprazível bairro do Valqueire, onde vim a estudar quando adolescente.

Mas existem aqueles em que a transformação é sensacional como no caso do Viaduto Oscar Brito, que passa por cima da Avenida Brasil, em Santra Cruz, extremo oeste da cidade. O viaduto liga a pista da Rio Santos que vem de Seropédica e segue na direção de Campo Grande. O tal viaduto deixou de ser Oscar Brito e passou a ser dos Cabritos. Sensacional.

Também em Santra Cruz, lugarzinho pra gerar histórias e histórias mas infelizmente pouco conhecido e reconhecido pelos cariocas, tem outra. Nos idos de 1900 e brau existia um comerciante que morava entre Santra Cruz e a cidade vizinha de Itaguaí. Lá, o senhor William viveu durante alguns anos. Conforme se dizia que iria-se lá nas proximidades do William da madeira, a coisa foi mudando de figura com o passar do tempo. Hoje em dia, onde viveu o senhor William é conhecido como Ilha da Madeira, mesmo não sendo aquela clássica concepção dos livros de geografia, como uma porção de terra cercada de água para todos os lados. A tal ilha é no continente mermo e longe da Baía da Ilha Grande. Salve a criatividade e vivacidade da língua portuguesa e suas corruptelas.