Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, maio 26, 2003

Porque me ufano de ser suburbano

Domingo é um dia meio mole, meio chato, meio mala com a única alegria de ter um futebolzinho no fim da tarde. Diante de um quadro tão desolador e com poucas perspectivas ter alguém gritando seu nome no portão já é algo diferente e que pode render frutos.

Timbuca, vizinho que vi crescer, tava lá em frente a minha casa com a seguinte proposta:

- Aí, vâmu fazê uma vaquinha pra comprar um barril de chope. A gente fica lá tomando o chopinho vindo gelado do barril e assistindo o jogo.

Perfeito. Derreal pra cara um e tcharan. Tava lá a peça. Ainda bem que a prática já é normal e até rola uma serpetina. O melhor é que baixou mó galera, virou um encontro mesmo. Melhor pra mim que pouco vejo os personagens locais e pude saber de novas histórias. Estranho como todo mundo veio me perguntar até quando fico no Rio. Sei lá. Fico no Rio até surtar e vazar outra vez.

Só o Flamengo não ajudou pro início de noite de domingo ser todo bonzão. Mesmo assim, fico impressionado como um simples jogo transmitido pela tevê vindo lá da fria Curitiba pode virar um evento de confraternização ali em Bangu.