Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, março 02, 2003

Eu amo as escolas de samba, sim. E daí?

Já que me empolguei e comecei a escrever, vou fazer só mais esse post e vou seguir meu rumo carnavalesco... É comum ouvir que a magia das escolas de samba, que o carnaval carioca se comercializou e perdeu a graça. Blog, não acho. Td bem, eu assumo, sou um romântico quanto a isso, mas pouquíssimo tempo após chegar ao Rio acabei passando pelo sambódromo onde rolava o desfile das escolas mirins.

É de encher os olhos de lágrimas ver aquela molecada amarradona, apaixonada e feliz da vida desfilando. Isso é a alma das escolas de samba, a essência mesmo. Fazer pelo amor. Pq ali não tem disputada, a criançada desfila só por desfilar, não há outro fim. Todos só vão pular carnaval e participar da festa. São comissões de frente, baterias, baianas, passistas, mestre-salas e porta-bandeiras. Tudo criança, tudo moleque. É lindo, empolgante, emocionate. E de graça.

Outra coisa que me faz manter a paixão pelas escolas de samba é o desfile das escolas menores. São aquelas onde neguinho se lasca pra botar os carros alegóricos no sambódromo, correm atrás pra viabilizar as fantasias, tudo pra desfilar por poucos minutos e sentir a sensação de missão cumprida e brincar seu carnaval.

No Rio, existem pelo menos 50 escolas de samba (que eu mesmo contei), claro que todo mundo acaba conhecendo apenas as maiores (eu só conheci as demais anos após descobrir as grandes escolas). São essas menores que fazem a coisa mais na raça, no sangue, no coração e mostram tanta entrega que comove. Elas não têm beleza plástica tão apura, mas a paixão por a escola desfilando suplanta qq coisa. Pena que poucos loucos como eu curtem esse tipo de coisa. Afinal, é a cultura popular da minha cidade.

A vida segue e o carnaval tb. Hoje tem Clube do Samba, aquele mesmo criado pelo João Nogueira. Estarei lá. E ontem, haha, ontem tava eu que nem criança no Bola Preta. E salve a alegria.