Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, fevereiro 24, 2003

A banda

Hoje é um dia curioso. Lembro do meu avô seu Roberto, ídolo maior desse jornalista suburbano que insiste em mater esse blog. Seu Roberto, pai de D. Glória, além de divertido, figuraça e mestre funileiro, tinha algumas paixões. Além da família da qual era patriarca; gostava do Bangu (time para o qual torcia), acompanhava todos os jogos pelo seu indefectível radinho de pilha; mas a coisa que ele mais curtia era a banda marcial da qual fazia parte, o Grêmio Musical 24 de Fevereiro, lá de Santa Cruz, bairro onde se criou.

É uma tradição que se perdeu nos dias de hoje, mas toda a vez que vejo uma bandinha sobre um coreto lembro do meu avô. Quantas vezes fui acompanhá-lo muito moleque para ver as apresentações da banda "24" como ele chamava. Eu nunca gostei desse tipo de música, mas ele adorava. Hoje em dia, toda a vez que ouço, lembro dele, que até ganhou uma música com seu irmão, "Irmãos Tala" é o nome dela. Meu avô, figuraça que foi, ainda tinha um irmão gêmeo, Tio Alberto, que ainda anda por Santa Cruz, acho que ainda está por lá, pela "24". Mesmo estando em Brasília, sei que está vivo. Mês que vêm o tio fará 84 anos, meu avô nao.

A última lembrança que tenho da banda não é dela tocando, mas do velório do meu avô que, obviamente foi lá. A recordação não é triste, mas mesmo assim me emociona um pouco. Salve Seu Roberto.