Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, fevereiro 24, 2003

Se num güenta por que veio?

Uma faixa com essa frase recepcionava todos os maluquinhos que foram a nossa prévia carnavalesca no Sudoeste, no último sábado. Bebida, comida, decoração, Clarissa animadíssima fantasiada de coelhinha, gente pintada, frevo e samba. Foi sensacional. Pernambucanos, mineiros, baianos, brasilienses, paulistas, gaúchos, capixabas, autoridades, desempregados, empregados e figuraças de todos os tipos deram as caras.

A brincadeira começou às 14h e foi até às 23h. Vou lembrar desse dia ao lado de Clarissa. Diversão a toda prova. Até eu que não sou de me fantasiar ganhei uma 'máscara de camisinha' que usei durante todo o dia e vai comigo pro carnaval carioca.

Claro que o síndico reclamou com o volume do som. Claro que todo mundo cagou e andou, visto que eram 16h de um sábado e o mané devia estar na pilha de encher o saco de alguém. O furingudo, que quis ser o fura-olho mor, ligou para o pai da menina que aluga o apartamento pra dizer chegavam pessoas com caixas de cerveja e gelo. Ahan. Sabe o pai da meina disse? "Legal, vou ver se logo mais vou pra aí tb". Espetáculo. Quem contou foi a irmã dessa menina que foi a primeira a chegar na festa e a última a sair.

Engraçado que mesmo acabando relativamente cedo, às 23h, foi de ótimo tamanho. Corpos têmulentos ficaram jogados pela casa assim como confetes e serpentinas espalhados por todos os cômodos, até dentro do box. A nítida impressão que tive era que um bloco tinha passado por ali. Até os carros embaixo da varanda estavam cheios de serpentina.

Todo mundo saiu feliz e ainda restou cerveja. Não podia ser mais perfeito.

Baiano é o cara
Nessa brincadeira toda o som de Clarissão começou a vacilar e, quando a gente menos esperava, vacilou mesmo e subiu no telhado. Poucos instantes antes, super Baiano (praticamente uma entidade de proteção) já tinha vazado rumo a Asa Norte buscar um novo som. E quando o som da pernambucana jazia falecido, surgiu um pandeiro do nada que fez com que os alucinados que lá estavam não deixassem a peteca cair nem ritimo diminuir. Nunca vi tanta gente cantar com tanta vontade. Até Fábio Lino (que pediur pra ser figura no vale do eco e é do contra por hobby e diversão) cantou com os personagens da festa.

Baiano chegou com o som e garantiu a continuidade da esbórnia. E antes do fim ainda, enfermeiro que é, ainda ajudou uma alma que chapou bonito. Socorreu e providenciou até soro.