Trem na tarde dessa quinta-feira. Voltava da aula, peguei a composição na Uerj rumo a Zona Oeste. Não é nada, não é nada, em dada estação a miséria tb resolveu pegar carona no trem.
Uma mulher, já senhora, pedia dinheiro. Mostrava a foto de uma garota que, segundo ela, tinha elefantíase. A menina estava sentada, de roupa branca, e o pé direito absolutamente inchado, assustadoramente desfigurado. Fazia mesmo lembrar a tal doença q eu só havia visto quando era estudante do antigo Segundo Grau.
A aparência dela era comovedora, tipo mulher simples e sofrida. Cabelo maltratado, camisa quase sem cor, saia preta até quase os pés e sandálias. E a tragédia ainda não estava completa, além da filha, o filho da senhora, também segundo ela, era outro mal. “Ele tem 37 anos, tem câncer e usa fraldas geriátricas”.
Aí, ao lado da cena, um rapaz pendurava um gancho de metal no suporte usado pelos passageiros que viajam de pé. Vendia torrones e se apressava para esconder as mercadorias dentro de uma bolsa, chegava próximo a uma estação onde seguranças da Supervia apreendem o material dos camelôs.
As pessoas parecem estar anestesiadas para essas manifestações tão corriqueiras. Eu me impressiono como ainda fico tocado. Quando eu pensava que tudo estava terminado ainda vem um menino com vários papeizinhos nas mãos. Vinha tentando deixar sob o colo dos passageiros sentados, mas um a um ia balançando a cabeça negativamente. Ele chegou perto e vi que os papéis estavam amarrotados, escritos num garrancho pior que o meu. Só um senhor lhe deu atenção, mas mal leu o que estava escrito e devolveu o papel à criança.
Miséria, miséria, miséria. Todos acostumados com a miséria alheia. O pior é que muita pouca gente naquele vagão deve ter se dado conta da exposição miserável na nossa frente. Mundinho bunda, ninguém se importa com ninguém.
Uma mulher, já senhora, pedia dinheiro. Mostrava a foto de uma garota que, segundo ela, tinha elefantíase. A menina estava sentada, de roupa branca, e o pé direito absolutamente inchado, assustadoramente desfigurado. Fazia mesmo lembrar a tal doença q eu só havia visto quando era estudante do antigo Segundo Grau.
A aparência dela era comovedora, tipo mulher simples e sofrida. Cabelo maltratado, camisa quase sem cor, saia preta até quase os pés e sandálias. E a tragédia ainda não estava completa, além da filha, o filho da senhora, também segundo ela, era outro mal. “Ele tem 37 anos, tem câncer e usa fraldas geriátricas”.
Aí, ao lado da cena, um rapaz pendurava um gancho de metal no suporte usado pelos passageiros que viajam de pé. Vendia torrones e se apressava para esconder as mercadorias dentro de uma bolsa, chegava próximo a uma estação onde seguranças da Supervia apreendem o material dos camelôs.
As pessoas parecem estar anestesiadas para essas manifestações tão corriqueiras. Eu me impressiono como ainda fico tocado. Quando eu pensava que tudo estava terminado ainda vem um menino com vários papeizinhos nas mãos. Vinha tentando deixar sob o colo dos passageiros sentados, mas um a um ia balançando a cabeça negativamente. Ele chegou perto e vi que os papéis estavam amarrotados, escritos num garrancho pior que o meu. Só um senhor lhe deu atenção, mas mal leu o que estava escrito e devolveu o papel à criança.
Miséria, miséria, miséria. Todos acostumados com a miséria alheia. O pior é que muita pouca gente naquele vagão deve ter se dado conta da exposição miserável na nossa frente. Mundinho bunda, ninguém se importa com ninguém.
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