Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, outubro 07, 2003

Dona Francisca

Hoje seria o octagésimo quarto aniversário da minha avó Francisca, uma mulher com ar muito sério q era casada com o figuraça e boa praça Seu Roberto. Seria, ela se foi aos 66. Morreu do coração há 18 anos quando eu era um moleque. Moleque mesmo, tava com nove anos... Ai, ai. Vida q segue, né. Foi a única avó de verdade q conheci. A outra, vó Diva, não segurou a onda antes mesmo de eu nascer, nos idos de 1970 já tinha vazado daqui.

Sabe aqueles desejos impossíveis q todo mundo tem? Eu tenho tb. De ter numa só foto meus quatro avôs e eu. Daria muita coisa por isso, mas é só desejo mesmo. Nenhum dos quatro está mais por aqui. Uma pena.

Enquanto isso, vamos construindo nossa história. Eles tb tiveram 27 anos. Quem sabe um dia nao tenho netos pra ficar na memória deles? Enquanto isso nao chega, lá vou escrevendo essas coisas sem sentido no blogue.

Infelizmente nao rola de dar beijo e abraço em Dona Franscisca, q corria pela quintal da sua casa em Guadalupe com uma varinha de marmelo na maos pra dar lambada na molecada q fazia besteira. Nem levei muitas surras com varinha, acho q era meio protegido dela. Deixa quieto, né. Q ela fique em paz e saiba q foi lembrada no dia de hoje.