Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

terça-feira, agosto 12, 2003

Nem tudo está perdido

Dia desses chegava eu no Castelo, pra variar, entre às 18h e 19h pra pegar o meu famigerado 393 e voltar do Centro pra Bangu. Obrigatoriamente passo pelo ponto do 326 (Castelo-Bancários), ônibus que liga o Centro do Rio a uma localidade na Ilha do Governador. O ponto fica na mesma tripa de calçada em frente ao prédio que pertenceu ao Ministério da Fazenda que o meu coletivo. Passando pela fila do ônibus, que devia contar com umas 40 pessoas vi uma cena que me fez pensar que nem tudo está lascado.

Um camarada parrudo, que era o terceiro ou quarto da fila, encontrou um conhecido lá pra trás na mesma fila. O parrudo ficou gesticulando e chamando o companheiro como que dizendo 'vem pra cá, mané. Fura a fila desses otários'. Mas o legal foi que o sujeito argumentou dando conta que não era certo, que não tinha o direito de fazer isso com quem tinha chegado na frente.

Algo simples, né. Mas deu vontade de bater palmas. Era só um cara correto que não quis usar de um artifício para passar os outros para trás. Bom ver gente se comportanto respeitando os outros indivíduos e não fazendo que o capitalismo e seu individualismos pôs na cabeça das pessoas, aquilo que vc tem que passar por cima do outro pra se dar bem.