Sempre me pergunto se “quem é do bem” tem que ficar afirmando isso constantemente. O sujeito que realmente “é do bem” não precisa se apresentar dessa forma, naturalmente se perceberia isso com seus atos e comportamento. Cheguei a comentar isso com dois amigos que se definiram para mim como “do bem”, ambos concordaram com meu ponto de vista.Vale dizer que eles não precisavam provar mais nada, posso dizer que realmente são indivíduos bacanas. Mesmo assim, tendo a duvidar de quem afirma gratuitamente “ser do bem”, insisto em acreditar que uma pessoa boa não precisar força para sua bondade ser notada. Nem dizer antes de qualquer coisa que é "do bem".
Penso nisso com frequência e principalmente durante essa semana. Na terça-feira, rumava para o trabalho, havia tomado, em Bangu, uma van que ia para o Castelo, no Centro do Rio. O motorista da van já é conhecido, cara bacana, mas que parece uma lâmina afiada quando está pela Avenida Brasil, adora uma cortada, uma ultrapassagem perigosa. Andava pela faixa seletiva, aquela mesma que só é liberada para ônibus e táxis, quando encontrou à sua frente uma kombi que trafegava beeeem devagar. O motorista da van piscou, acelerou, encostou e nada da kombi dar passagem, então o condutor da van foi para a pista de rolagem normal, ultrapassou a kombi que trancava a via e vez um sinal, digamos, “feio” com a mão. Aí a aventura começou.
Nunca vi uma kombi correr tanto. O motorista parecia estar se sentindo um piloto de automobilismo, devia estar esgoelando o motor do seu wolkswagen. Pois é, tinha ali configurada uma perseguição. A van tomou seu trajeto normal, foi até a estação Leopoldina, na Avenida Francisco Bicalho e parou para um passageiro descer. Enquanto isso, chegou a kombi que entrou na frente e trancou a passagem, dela desceu um senhor mulato, de cabelo curto e grisalho, camisa meio bege, meio coral, algo indefinido, mas portando um ar de “dono da verdade’. Caminhou até a janela da van e puxou uma arma, que não vi direito pelo lugar que eu ocupava. Bateu no vidro com seu “ferro” para que a janela fosse baixada e começou afirmando: “Eu sou do bem, hein”. E seguiu pagando geral com uma voz titubeante que se esforçava para não parecer nervoso. Tá bom, meu tio, o bom senhor precisa de um arma para provar que é uma boa pessoa, ainda mais quando cometeu o mesmo erro do motorista da van. Bom, deve ser porque boas pessoas precisam intimidar outras com artefatos capazes de tirar a vida de alguém. O senhor grisalho mostrou o quão “do bem é” e partiu, foi embora. A van também partiu e desci poucos minutos mais adiante, mas sigo pensando que só quem é fura-olho precisa afirmar que “é do bem”.
Penso nisso com frequência e principalmente durante essa semana. Na terça-feira, rumava para o trabalho, havia tomado, em Bangu, uma van que ia para o Castelo, no Centro do Rio. O motorista da van já é conhecido, cara bacana, mas que parece uma lâmina afiada quando está pela Avenida Brasil, adora uma cortada, uma ultrapassagem perigosa. Andava pela faixa seletiva, aquela mesma que só é liberada para ônibus e táxis, quando encontrou à sua frente uma kombi que trafegava beeeem devagar. O motorista da van piscou, acelerou, encostou e nada da kombi dar passagem, então o condutor da van foi para a pista de rolagem normal, ultrapassou a kombi que trancava a via e vez um sinal, digamos, “feio” com a mão. Aí a aventura começou.
Nunca vi uma kombi correr tanto. O motorista parecia estar se sentindo um piloto de automobilismo, devia estar esgoelando o motor do seu wolkswagen. Pois é, tinha ali configurada uma perseguição. A van tomou seu trajeto normal, foi até a estação Leopoldina, na Avenida Francisco Bicalho e parou para um passageiro descer. Enquanto isso, chegou a kombi que entrou na frente e trancou a passagem, dela desceu um senhor mulato, de cabelo curto e grisalho, camisa meio bege, meio coral, algo indefinido, mas portando um ar de “dono da verdade’. Caminhou até a janela da van e puxou uma arma, que não vi direito pelo lugar que eu ocupava. Bateu no vidro com seu “ferro” para que a janela fosse baixada e começou afirmando: “Eu sou do bem, hein”. E seguiu pagando geral com uma voz titubeante que se esforçava para não parecer nervoso. Tá bom, meu tio, o bom senhor precisa de um arma para provar que é uma boa pessoa, ainda mais quando cometeu o mesmo erro do motorista da van. Bom, deve ser porque boas pessoas precisam intimidar outras com artefatos capazes de tirar a vida de alguém. O senhor grisalho mostrou o quão “do bem é” e partiu, foi embora. A van também partiu e desci poucos minutos mais adiante, mas sigo pensando que só quem é fura-olho precisa afirmar que “é do bem”.
<< Home