Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

quarta-feira, dezembro 03, 2003

O trem do samba partiu e eu tava dentro

Ontem corri feito um louco pra conseguir chegar a Central, pegar um pouco do evento do Dia do samba, encarar o Pagode do Trem e partir rumo a Osvaldo Cruz. É, deu tudo certo. Passei e-mail, liguei, mas a camaradagem tava toda pegada ou nada apta a encarar o senhor perrengue q estava por vir. E, como digo e repito, perrengue é meu hobby.

Já na Central, aquela multidão. A rodinha dos evangélicos q tanto barulho faz ontem parecia estar emudecida diante da multidão de sambistas e curiosos aglomerados na frente do palco. Cheguei com Marquinhos de Osvaldo Cruz se apresentava. Ainda deu pra ver Monarco e a Velha Guarda da Portela e a Velha Guarda do Império.

O melhor momento, q me arrepiou de verdade, e olha q nao sou de ficar tendo essas frescuras de gente sensível em samba foi presenciar a mesma velha guarda imperiana cantando Aquarela Brasileira, o tão propalado, lambido e festejado samba de Silas de Oliveira. Todo mundo cantando no gogó. Fiquei feliz, muito feliz e orgulho da cultura popular dessa cidade.

"Assanhados"
Um coroa que estava perto de mim com tamborim na mão foi caminhando comigo pra dentro da Central. Esbarramos alguns membros da mesma Velha Guarda do Império. E ele correu pros caras pra falar cheio de emoção " vocês ainda 'tão assanhos, hein". Hehe. Na linguagem de hoje seria "vcs tão frenéticos". Bom, foi um elogio.