Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

domingo, outubro 26, 2003

Sexta-feira do terror

Sexta foi um dia normal de trabalho. Rolava Escravos da Mauá, mas o dever me chamou. Após o dever cumprido, já com horário avançado achei q nao ia rolar mais Escravos, rolou contato com Renata Casaquinho e fui dar um rolé com a pernambucana. Na volta, todos desovados e Vicente pega o caminho de casa. Aí começa o perrengue.

No primeiro Túnel Rebouças (direçao Botafogo - Cosme Velho) vinha eu, dentro de Ervilhõa, quando um carro preto com vidro filmado (sempre um carro preto) emparelha comigo. Depois os sujeitos ficam atrás de mim me mandando encostar. Ih, é ruim, mané. Sai pra lá.

Eu estiquei pra chegar até o fim do primeiro túnel onde rolava um posto da Polícia Militar, se bem q os caras tinham cara de policiais militares... mas deixa quieto. Nessa esticada, o carro dos caras era mais potente q Ervilhão. Claro, nao é difícil. Ervilhao é um carro mil.

Já na saída do túnel olho para a esquerda e estao lá os caras. Chato pra burro. Com a janela do carona baixa e uma singela arma de fogo apontada pra meus cornos. Sustaço.

Era o finzinho do túnel. Olhei no retrovisor, nao tinha ninguém atrás. Nao pensei duas vezes: sentei o pé lindamente no freio. Foi aquele borrachão. Os manés que queriam ganhar meu carro seguiram em frente e mandei o carro pro recuo onde estava a polícia. Ufa.