Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

segunda-feira, maio 25, 2009

Nada pode ser mais divertido que o cotidiano e as pequenas surpresas que ele traz. No fim do ano passado, estava a trabalho na capital pernambucana. Estava hospedado em um hotel em Boa Viagem e tal, acordava todos os dias bem cedo pra pegar o caminho da labuta, não muito longe de Recife. Naqueles dias ensolarados pernambucanos, descia eu para encarar o dia e um senhora pegou o mesmo elevador que eu, ainda no hotel. Descíamos juntos e ela, meio tímida, meio constrandiga, olhou pra mim e me perguntou: "o senhor toca na banda de Cláudia Leite, né?". Pena. Pena para a senhora, não sou percussinista, não toco axé. Ao menos disse a ela que era jornalista e onde trabalhava.

Mas nesse fim de semana, mais sorrisos às custas desses desencontros. Estava eu na academia e o professor, que me vê com frequência e me orienta naquelas coisas de puxar ferro e tal, aproximou-se e meio na dele e perguntou: "você é ator? você não é o Baiano de Tropa de Elite?. É que uma alunda achou que você era e pediu pra eu perguntar" Sei... É, pois é, não sou eu.

Pior que os cornos de um tem nada a ver com o fucinho do outro. Vá entender as associações tortas que as pessoas fazem. Haha.

terça-feira, maio 19, 2009

Outro dia o Vicente aqui caminhava para casa, havia saído do academia e estava um pouco suado. Normal. Seguia com passos acelerados na direção do portão do prédio enquanto um casal ia em velocidade de lesma, olhando para os lados, totalmente despreocupado do mundo na mesma direção. Como eu ia mais rápido, aproximei-me. E chegando em frente ao prédio o marmanjo do casal, um sujeito branquelo de cabelo curto, bermuda e camisa vermelha, parou e ficou me olhando. Como se esperasse que eu fosse dar um susto, um bote, sei lá, como se eu oferecesse perigo. Parei, olhei pra ele com cara de "tá me olhando por quê?". Abri o portão e segui olhando pra ele. Não tinha o dia todo, entrei e bati o portão. Entrei, olhei pra trás e o marmanjo olhava e me apontava pra sua companheira. Ih, o cara... Um certo ódio tomou conta de mim, a sensação das pessoes em ver perigo nas outras com determinado tipo físico me causa a mais profunda irritação. Mas respirei, deixei o fair play tomar conta de mim e segui meu caminho.
Sábado a noite passava eu dirigindo pelo Estácio. Dirigia o carro de minha senhoura indo do Catumbi para o Rio Comprido. Bem em frente a subida do Morro de São Carlos há um sinal, um cruzamento. Isso a alguns metros da prefeitura carioca. Estava lá eu com o carro parado diante da luz vermelha e vem outro veículo visivelmente maior que aquele que eu dirigia. Farol alto, constantes aceleradas. Eu, hein. O motorista do referido carro jogou pro lado e acelerou. Pensei na hora: "perdi, é o bicho". Nada, foi passando ao meu lado um carro da Polícia Militar, na verdade um carro de um batalhão que era meio longinho dali. Ou seja, tava fora da sua área. Mas quem ia perguntar aos caras o que faziam ali no pedaço? Aceleraram e avançaram o sinal vermelho. Tchau, tchau pra eles, justo os carsas que, ao menos teoricamente ou na minha imaginação, deveriam dar o exemplo das normas a ser cumpridas. Haha. E vida que segue.

sábado, maio 09, 2009

Há tempos nada me empolga a postar aqui. Vejo o blógue constantemente, mas acabo deixando para postar depois. Coisas vistas pela cidade, mais um título do Flamengo no estadual e até mesmo um jába ganho justamente por conta do blógue não foram suficientes pra me fazer sentar e dedicar um tempinho que fosse a postar um mínimo pôste. Cheguei a pensar, começar a escrever, mas calhou de nada ter vindo parar aqui, no bom e velho PPS. Hoje mesmo encontrei folclóricos amigos (Frenético e Mariana Amarálio) em churrasco para receber o já citado Frenético, hoje cidadão radicado em Recife. Recordamos histórias, muitas postadas nesse mesmo blógue em anos atrás.

Só que, independente do encontro, das boa companhias e das lembranças bacanas, chego em casa, ligo a televisão. Finzinho de sábado, e vou zapeando entre canais até a hora em que encontro, na ESPN, a final do Sul-americano de Futebol Sub17. Eu havia ido ao churrasco sobre o qual falei em cima com uma camisa da Seleção Argentina e começo a ver a partida final do torneio, um jogo em Brasil x Argentina. Cantam os hinos, acompanhei o Hino Nacional Brasileiro, ainda com a camisa da seleção dos hermanos, eis que, após mostrar os jogadores aparece a comissão técnica e lá está Paulo Rui. Sim e daí? Quem diabos é o sujeito?

Pois bem, é sabido que esse blogueiro que agora posta é torcedor do Clube de Regatas Flamengo, é também criado no querido bairro de Bangu, zona oeste carioca. Eis que o tal Paulo Rui é meu vizinho em Bangu. Foi ele que me levou ao Maracanã para assistir o primeiro jogo do Flamengo que tenho na memória, uma partida entre Flamengo x América, acredito eu, que pelo Estadual de 1984. Coisa de 25 anos atrás.

Ainda no ano passado fiquei sabendo que o companheiro Paulo havia sido convocado para a seleção sub 17, ele, embora grande rubro-negro, trabalha na formação de goleiros do Botafogo, esse mesmo que foi tri-vice pro Flamengo na semana passada. Nada na conta do Paulo, já que seu trabalho foi reconhecido, o próprio titular do Glorioso, o Renan, é cria do meu vizinho.

Voltando ao jogo, acabei me sentindo fora de propósito em ver o jogo que pode ser o primeiro título do companheiro na Seleção Brasileira justamente com a camisa do rival. Tirei a azul e branca e peguei uma verde e amerela. Já com a da Seleção Canarinho ouço o locutor gritando gol, corro para a tevê e vejo o próprio Paulo comemorando, haha, Eram três minutos e o Brasil fazia uma a zero.

Tá, e daí? E daí q o orgulho de ver o sujeito ali falou alto, a gratidão por ter sido ele quem me ofereceu meu primeiro registro de estar no Maracanã em jogo do Flamengo gritou também. Parei o que estava fazendo para assistir e torcer, antes de ser a seleção Brasileia, por ser o gente boa do Paulo Rui. O segundo tempo da partida começa agora, segue o 1 a 0. Espero ver a primeira conquista do sujeito ao vivo. Salve Paulo!
Pra completar, os moleques brasileiros deixamram os argentinos empatar aos 42 minutos do segundo tempo. Mas venceram na disputa de pênaltis por 6 a 5. O goleiro da Seleção, pupilo de Paulo, pegou dois pênaltis e o Brasil se sagrou campeão Sul-americano Sub-17 pela nona vez. Parabéns aê.