Preto, pobre e suburbano

Esse aqui é o cotidiano de um simples jornalista carioca que mora e circula pra cima e pra baixo na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mas acaba sempre voltando pra a base, em Bangu - terra onde só os fortes sobrevivem pq é longe pra burro e tem que ter saco pra aturar as idas e vindas...

sexta-feira, setembro 28, 2007

Não sou adepto de novelas, perdi esse costume durante a universidade. Não, não fiquei estrela, só estudei a noite durante quatro anos e perdi o vínculo com elas. Eu perdi, mas a maior parte dos cariocas, pelo menos, não. Seu Carlos baixou em casa há pouco e veio reclamando como tinha gente na Central do Brasil naquela hora que havia chegado lá, o que é incomum.

"Todo mundo correu pra casa pra ver a novela. Todo mundo quer saber quem matou a tal da Taís, hoje falaram disso o dia todo no trabalho". Haha, e salve a cultura popular.

Enquanto todos assistem a novela fico eu aqui no sapatinho, dando um intervalo no estudo e vendo Brasil x México no pré-olímpico feminino de basquete. Faltam alguns minutos para o fim e está 105 pro Brasil e 34 pro México.
Uma pergunta, por que existe tanta má vontade de tantos intelecutais sobre as nossas escolas de samba? Não se conhece a história, a dinâmica, nem nada, só se observa o desfile e os caras enchem a boca pra falar mal. Ah, vão pro inferno, gente preconceituoso dos infernos.
Ainda bem que não sou botafoguense. Fiquei com pena do torcedores do "Glorioso" ontem a noite. Eu mesmo fiquei com raiva com um dos maiores vexames esportivos que já vi na vida. Como puderam entregar o jogo pros "gallinas" de Buenos Aires? Como? Foi flagrante a falta de hombridade, de sangue. Ser eliminado com luta, com raça é uma coisa, mas ser eliminado daquela forma flagorosa é uma vergonha. Eu teria a mesma decisão do Cuca, pegaria meus troços e sairia dali.

terça-feira, setembro 25, 2007

Desconheço se a frase sobre a idoneidade canina é original ou não, mas só a ouvi há pouco tempo e achei o breve diálogo merecia um registro nesse blógue.

Um daqueles vendedores que passam empurrando carrinhos de madeira carregados com doces e bolos sobre rodas de rolimã parou pra conversar com um fiscal de ônibus, bem perto de onde eu estava. Atrás do vendedor, um cachorro preto, um vira-lata com ar de esperto, mas no sentindo de fura-olho, no sentido de ser um cão desenrolado.

Fiscal: E aí, Paraíba, tá vendendo bem, hein?

Vendedor: Tô nada, tô correndo atrás.

Fiscal: Tá sim, vou perguntar pra esse teu cachorro que ele sabe.

Vendedor: Aproveitando isso, queria te fazer uma pergunta. Tu sabe até quando o cachorro é o melhor amigo do homem?

Fiscal: Não.

Vendedor: Até conhecer o dinheiro, depois disso já vira um fura-olho.

Fiscal: Esse aí já conhece?

Vendedor: Tô desconfiando que já...

A realidade é dura, mas é também pode ser divertida. Eu já imaginei o cachorro com um macinho de notas na pata contando as notas.

sexta-feira, setembro 21, 2007




Ah, como é fofa a delicadeza dos Malvados para interpretar o mundo...
Se eu contar as pessoas não acreditam, mas eu juro que não invento essas coisas. Ontem a noite, voltava da Lapa no famigerado 393. Dessa vez o mané aqui fez todo o possível pra voltar pra Bangu sentadinho, lendo ou ouvindo musiquinha pra dar uma dormida. Tava lá, devidamente acomodado em um assento, já passando na Central do Brasil. E aí, ah, aí..., temos o causo do dia.

Sobe uma meia dúzia de sujeitos e vem um, no meio deles, com camisa camuflada, meio magro, meio atrapalhado e com ar de figuraça. Pegou seu Riocard, aquele cartãozinho de passar no sensor do ônibus e pagar a passagem, pagou, passou. Veio em frente à poltroninha onde eu estava, sacou fones de ouvido, colocou nos ouvidos (claro), puxou um radinho com antena e começou a falar e gargalhar.

“Mulher maravilha argentina!
Cataplum!!!!
Cataplaf!!!

Mulher maravilha paraguaia!!!
Hahahahahahahah!!!
Cataplum!!!

Hahaha
Cataplaf!!!

Mulher maravilha mexicana!!!!
Cataplum!!!”

Eu juro, juro, juro que é verdade. Não teria criatividade pra inventar uma cena tão inexplicável como essa. Era uma perfomance? Não sei. Só sei que após alguns instantes se curtindo amarradão com seus catapluns e catapflas e uma suposta coleção de mulheres maravilhas (isso é bacana, salve a mulher latino-americana) o sujeito parou. Ficou quietinho até Padre Miguel. Onde “esqueceu” de descer no ponto onde deveria deixar o ônibus, esperou o carro sair e pediu pro motorista parar de novo. Eu, hein.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Crise cotidiana carioca

Há tempos eu não pegava o famigerado 393. Ontem peguei. Saí da Lapa e fui ali pros lados da Câmara dos Vereadores, do Theatro Municipal pra tomar o furibundo coletivo. Lá pelas 22h uma pequena multidão esperava por lá, claro que eu torcia para que pegassem outro ônibus. Torci em vão. O maldito chegou, já com praticamente todos os lugares sentados ocupados. TODOS correram como animais praquela portinha do lado direito do ônibus, todos queriam subir ao mesmo tempo. Péssimo presságio...

Coube todo mundo nesse momento. Claro que eu fiquei de pé. E lá foi o 393. Parando em ponto por ponto. E subia gente... Mas subia mais gente, alguns já entravam no ônibus pela por de trás.. Tive sorte, eu conseguia me movimentar, mas a galera que estava na parte trás e a que estava na parte da frente parecia estar se esmagando.

E aí o cocô foi espalhado pelo ventilador e começou o dramalhão. Ninguém mais subiu no ônibus. O coletivo chegou a Avenida Francisco Bicalho, a última via antes de começar a Avenida Brasil, a maior via expressa da cidade. A parada no ponto, em frente a decrépita estação de trens da Leopoldina, rendeu o que falar. Ali havia um fiscal da empresa do ônibus que, num momento de “sou mau, muito mau, mau mesmo”, decidiu que o ônibus não sairia do lugar sem que mais dois passageiros entrassem. Haha. Bacana a intenção do fiscal, só que não havia espaço pros pobres sujeitos que tentavam possivelmente voltar pra casa subir para compartilhar conosco a falta de espaço no coletivo.

Os demais passageiros, num misto de angústia, desconforto, desespero combinados com uma brutal falta de educação, começaram um showzinho. Até lembrei de minha amigas Roberta e Ana Paula com seu blógue sexista “Homem é tudo palhaço”, pensei na hora que “passageiro é tudo palhaço”.

Os manés, de dentro do ônibus, começaram a grita e xingar o tal do fiscal. Alguns xingavam com visível deboche, mas outros chamavam na mão o sujeito, pras vias de fato. Um deles, o mais exaltado, estava a menos de um metro de mim. E, pra minha diversão gritava para o fiscal: “suba aqui se for homem, venha aqui se se garante na mão”. Adoro esses corajosos de ocasião. Ele sabia tanto quanto eu que era impossível chegar até ele pra dar-lhe um tapa no pescoço que fosse. E se o fiscal pudesse subir, posso apostar a minha mão direita que não existiria tanta coragem.

Pra ficar melhor, a menina franzina que estava pertinho falou de trás de seus óculos de grau que “se fosse homem desceria ali pra bater no fiscal”. Nenhum homem se emocionou com a provocação feita pela garota frágil, porém mázinha. Ah, a crise ficou patética com os personagens se manifestando.

Pena ou sorte, sei lá, que logo atrás encostou outro ônibus rumo a Bangu onde foram colocados os dois que não conseguiam subir no 393 e foram os pivôs daquele vai-não-vai e daquela troca de palavras nada amáveis entre passageiros e fiscal.

Bom, o ônibus furibundo pegou seu caminho, mas não calou as vozes “heróicas” dos passageiros que sugeriam até descer e bater no fiscal. Aquela hora a viagem deveria levar, no máximo, 50 minutos. Pois é, a crise fez com que durasse uma hora e vinte. Eu fico pensando o que seria do mundo se as pessoas fossem um pouquinho mais educadas.
Ah, o Carnaval...

Ontem a noite estava eu em um debate sobre Carnaval. Ouvia pesquisadores do assunto em alguns estados do Brasil. O lugar? Um bar na Lapa, que permitia olhar para o lado direito e ver os arcos, tendo, vez por outra, um bondinho indo ou voltando... Atrás, ou na frente dependendo do referencial, tambores na marcação de samba e de maracatu.

É setembro, eu sei, está longe do Carnaval, mas é boa a sensação de estar no Rio, até mesmo pensando academicamente sobre a festa de momo. Era e não era carnaval, mas era o meu Rio de Janeiro. Hoje volto lá, meu co-orientador fala na parada.

sábado, setembro 15, 2007

E esse bagulho de escrever capítulos de dissertação de mestrado é mole não... Que bagulho complicado... O mané aqui escreve, escreve, escrever e nunca tá bacana. Saco.
Esse orkut é um bicho ridículo. Dou uma olhada hoje está lá "Sorte do dia: você vai ganhar roupa nova". Ahn? Como assim? Alguém vai sair do limbo e me dar uma peça nova de roupa? Ah, orkutê, dá um tempo, vá pra casa do cacete...

Mais uma coisa, porque as pessoas não entendem que é melhor mandar e-mail que deixar mensagem no referido sítio de relacionamento? Se mandar e-mail eu respondo logo, mas ali... a mensagem fica dias e dias pastando. Não adianta, não adianta, as pessoas não entendem...

Ahn? Quem tá mal humorado? Quem?

quarta-feira, setembro 12, 2007

Blógue, um pôste estranho pra te manter vivo...

Estava na Central do Brasil nessa tarde, olhava as telas onde apareciam os trens, seus horários de partida e as plataformas.

Procurava algum que viesse para Bangu ou Campo Grande, já que passam pela estação de Guilherme da Silveira. Xingava a mim mesmo mentalmente porque acabava de perder um que saía rumo a Bangu.

Enquanto eu olhava pro alto um sujeito, moleque novo, perto duns 20 anos, tipo "quero ser pleibói", chegou perto e de forma simpática me questionou onde podia pegar o metrô. Apontei as roletas amarelas que dão a impressão de serem moedores de carne, mas são amistosas na verdade. Falei pro maluco que era só passar por, descer a rampinha que estaria do seu lado direito e já chegaria a estação Central do metrô.

Aí, o moleque "quero ser pleibó" olho pra mim com um sorriso de gratidão e mandou na lata: "aí, maneiro o teu cabelo". OK, agradeci, mas ainda não formei opinião sobre esse comentário... Como assim "maneiro o meu cabelo"???

Tá, tá bom, vai pra um ano que não corto, no máximo vou ali no Gilvan (barbeiro e sangue-bom) pra fazer o pé, mas daí me encontrar com um comentário desses na Central do Brasil!? Sei lá, continuo sem opinião.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Ah, o desânimo...

Ando sem vontade postar, de contar histórias, de registrar fatos. O desânimo chegou "di cum força" e ficou. Já há algum tempo.

Não posto sobre as coisas que vejo pela cidade, sento em cima das minhas opiniões, não falo sobre o impregante camarada Fabulino que criou um blógue só implicar comigo, nem os jogos do Mais Querido têm me inspirado. Esse blógue não está esquecido, já que passo por ele diariamente, mas enquanto eu continuar assim fica sem coisas novas, sem pôstes que lhe davam impressão de estar em atividade.